31 de dezembro de 2009

"Me coloca nos olhos para sentir mais perto. Repito o verbo, minha síntese é o que dá para sentir no dia seguinte também. Me coloca na boca para enxergar por dentro. Meus sentidos são palavras que explodem conforme eu não penso.
Pergunto se está pronto para isso, se está tudo bem ver a coisa acontecer de perto, se dá conta do abraço, se sobrevive depois do beijo, se a minha nuca também enrosca na sua assim como suas costas me agarram. Eu espero uma resposta.
Me coloca no colo para me ver falar baixinho quando as palavras forem altas e te tocarem no rosto. Me olha pertinho, seus olhos podem me fazer só sua, antes mesmo de ser sua. Me faça sua em proximidade.
Idéias arrastando lágrimas que escorrem para o passado. Melhor assim. Eu me despeço das coisas antigas que um dia lavaram os meus pés. Coração purificado, mas forte. Peito aberto, hoje.
Me coloca ao teu lado na sala mais cheia de pessoas. Minha mão na sua na hora do parabéns, do natal, da sua mãe contar uma piada. Eu quero ouvir a raiz do seu íntimo. Não me importo com a delicadeza, com o silêncio de 3 ou 4 instantes de atenção só no jeito de chegar e te ter. Me faça sua com o espírito de penas de anjos e lábios apertando os meus.
Me coloca nas pernas para sentir na pele. Me coloca no ombro para me embriagar de cuidado. Me coloca na altura simples da realidade para me fazer sua em cumplicidade.
Te chamar é abrir as mãos, assim como minhas janelas e portas postas a frente de um outro mundo. Meu sangue aceita tua confissão de pecados e despedidas anteriores. Te chamar é desdobrar-me em interiores para fora. E eu chamo."

27 de dezembro de 2009

03:10
Chove aqui dentro.
Chove lá fora.

25 de dezembro de 2009

Igual a uma tela branca sem fim e eu lá no meio, o tempo todo me dedico a resistir no tempo. Falta o ar que me sobra o medo e meu pedaço inteiro não satisfaz meu recheio. Leio as besteiras que escrevo. Escrevo. E enquanto eu passo o meu passo apertado de um lado pro outro vou buscando alívio neste ato. Deixo-o, assim, por registrado. Porque quero alguém que não vejo há tempos. Mas quero o caminho. E é de querer quem quer que seja que não vejo nada além. Estou perdida em frases. Nesta estrada estreita. Entre uma lua torta e outra cheia.

22 de dezembro de 2009

Tem dias em que não existe álcool no meu próprio sangue, nem boa intenção alheia, que desvencilhe meus comentários de um tom desagradável e mau. E ainda que eu tenha sinceramente em mente o fato certo de que tais dias, e seus comentários maus, não correspondam à minha verdade interna, o mais natural é que todos pensem que finalmente lhes revelo parte da pessoa que eu realmente sou.
Assim como o aquecimento global sinaliza catástrofes inevitáveis para um futuro próximo, prevejo que, pela rabugice da minha boca grande, muito brevemente, eu estarei completamente sozinha.

21 de dezembro de 2009

Não é só pelo seu cheiro que me faz entontecer. Nem só pelo toque que me faz derreter. Nem mesmo pelos beijos que disseminam a minha razão. Ou pelo gosto que faz acelerar o meu coração. Mas é sim por esse amor que me cura. Por toda a loucura que me provoca. Pela mão que me segura. E pelo abraço que me acalma. Por todo desalinho que me causa. E pela alegria que me enfeita. Por cada sorriso que me incita. E por essa felicidade que é assim tão minha. Pelo perigo que me atrai. Pela sorte que me dá. Pela proteção que me envolve. Pela paciência que resolve. Pela força desse verbo que é inesgotável. E por tudo mais que esse sentimento tem de inexplicável. E te digo, meu bem, que todo o tempo ainda que muito é muito pouco quando se trata de nós dois.

6 de dezembro de 2009

Sem dúvidas o melhor foi acordar ao seu lado, não estou (nem sou tão louca a esse ponto) desmerecendo o antes, o começo, mas é perfeito acordar assim, olhando você, vendo essa boca, esse nariz, seu queixo, seus cabelos desgrenhados...Olhar você é me ver também, ver sua calma, sua tranquilidade, seu ar de bom sono, faz com que eu fique quietinha, mau respiro, não quero que você acorde, quero continuar fascinada com o que vejo, quero cantar pra você, carregar você nos braços do sono e te dar um beijo de bom dia.

3 de dezembro de 2009

Se tu cortasse minha barriga agora, sairiam passarinhos levando cartas de amor pra quem quisesse ler. Porque o amor tem que ser assim, grande e livre e pra todo mundo. Aí eu vestiria a tua pele, esta que me cai tão bem, e dançaria o carnaval até me acabar em poça d'água, e então viraria vapor, pra virar nuvem, pra virar chuva. Então na tempestade eu pegaria na tua mão pra voar e caçar redemoinhos, desses que ressoam no corpo como esta vertigem que nasceu no estômago depois que eu te vi.

29 de novembro de 2009

"Aperte os punhos, meu bem.
Aposto que irá se zangar ao perceber que não me fez bem.
Mas agora chore. Primeiro eu quero que você se estoure!
Sinta-se perdido em suas idéias fracas. Argumentos banais para um homem passivo demais. Porque a verdade é que eu odeio isso em você. É, eu odeio essa sua cara de assustado quando eu digo algo sobre a mim. Sabe aquela expressão intensa que escancaro em meus lábios ao sentir-me contente demais? Mas não por você. Nunca é por você. E sabe aquele dia em que eu disse que iria morrer de saudade se você não batesse em minha porta? Pois é, eu estava mentindo. Sabia desde o começo como seria a nossa despedida. Você aí parado cavando um buraco em seu peito e eu vestida de preto. Sim, de luto. Mas não por você, é claro. Eu é que morri. Aquela menina que você abraçava só com os dedos do pé enterrou-se no quintal, afogou-se na piscina, atirou-se da janela e voou. Porque meu bem, renascer é como aprender a voar. E você não sabe, mas eu sei a leveza que isso dá.
Mas agora que já arranquei de mim o vestido preto e deixei-me nua em frente ao teu desespero, peço que feche a porta e leve consigo apenas o meu silêncio."

27 de novembro de 2009

Tenho rasgado, picotado, feito em pedaços todo amor amargo que ja tive entre meus braços e principalmente entre as pernas, não quero saber de dor, passado e escolhas tortas, cansei de cuspir pro vento todos os gritos que explodiam e ecoavam na minha cabeça, eu so cansei, é isso.
A fogueira esta no seu pico laranja, arde, queima e sente fome, então eu me jogo sem olhar para trás, muito de mim queima e morre, vira cinza, puro pó, o que resta revive, nasce e fica tudo novo, sou assim, tenho uma facilidade gigantesca de renascer, as vezes custo a acreditar e a sentir a morte das situações, dos relacionamentos e das pessoas, mas quando acontece é de verdade e é sem volta.



Amém

21 de novembro de 2009

Me tire desse mundo, por favor!
Quero viver meus sonhos, eu quero acreditar nas pessoas, quero acordar com animo, e ser amiga do tempo, esse até então meu pior inimigo.
Me deixe viver, realmente viver!
Eu te imploro, porque pedir talvez não adiante.
Me deixe se orgulhar de algo que proporcionei a mim mesma, tenho certeza que não será um ato de egoísmo, e sim um tum no coração de alegria, e não um batimento forte de alguém que
está quase tendo um enfarto.

14 de novembro de 2009

Planos para o futuro,
Conversas cabalísticas,
Copos quebrados,
E o eterno medo de saber quem eu sou...

13 de novembro de 2009

"Desejo que com ímpeto você me tome e, sem pedir, embebede minha alma. Que me ligue lá pelas tantas sem motivo só para me soprar qualquer segredo seu. Desejo que você liquefaça os meus sonhos dentro de ti e os misture aos seus, e, que juntos eles possam coexistir. Desejo que você invada meu espaço, assim, sempre que der na telha e que seu telhado seja todo feito de telhas minhas. Desejo brigar muitas vezes com você seja lá por quais motivos só pra ter certeza que a gente ainda é um do outro e se gosta muito. Desejo que nas desculpas sejamos sinceros um com o outro como penso que seremos. Que o ciúme bobo, a data esquecida e os atrasos sejam aperitivos para nossa paixão. Desejo que você me acorde muitas vezes com uns beijos no pescoço. Que eu possa preparar vários cafés para nós. Desejo te fazer dormir numa manhã de domingo deitado ao som da chuva, passando a mão pelo seu rosto e dizendo qualquer coisa aleatória bem baixinho pra chamar o sono. Que ao acordar você me olhe dormir e não levante pra não me assustar. Ou então, que você me acorde pulando e nos derrube da cama. Desejo que você fique bravo, furioso e me arremesse coisas, eu vou sorrir dizendo que te gosto e que você fica cute com essa cara de maluco. Que nossa vida seja repleta de aventuras e dificuldades. Desejo não ter paz ao seu lado. Que seja sempre uma coisa nova e inusitada essa nossa relação. Desejo que você não seja tudo aquilo que sonhei pra mim um dia, mas que mesmo assim você me faça feliz como nunca pensei poder e que eu possa fazer o mesmo. Desejo sentir o seu cheiro nas minhas roupas, em todas elas. Desejo que você me cante Kiss só porque eu não gosto e que eu possa correr atrás de você te pedindo pra parar. Desejo ouvir de você uma besteira bem grande pra eu te mandar ir dormir e você apelar dizendo que vai. Desejo te ver dar chilique por causa do futebol, pagando apostas quando seu time perder para o meu e nós sabemos que ele vai. Desejo muita coisa nossa. Desejo eu todinha pra você. Desejo que nossa vida seja plena enquanto for, e que sejamos um do outro o tempo que tivermos que ser.
Desejo antes de tudo que você exista. Logo depois, desejo que você me deseje. E aí não terei mais nada o que desejar."

10 de novembro de 2009

"Eu tenho medo de ouvir qualquer som; é como se a vida falasse pela tua boca e não se engane, não é de ti que tenho medo e sim da angústia que me fala aos ouvidos quando o mundo vibra dentro da minha cabeça, é quase uma afronta essa continuação indiferente das coisas. Sempre ouvi dizer que paz fosse uma coisa escassa. A paz, talvez, esteja justamente na ausência, nesse não-estar tão premente e solícito, avesso à insistência de toda presença que não seja a sua própria. Mas sim, eu falava dos sons e igualmente não falava, falava de coisa diversa, provavelmente da eternidade em que se transformou cada minuto, anoitece e amanhece e anoitece e amanhece e a história parece se esparramar inteira no assoalho gelado de um tempo que anda em círculos e eu ando, vê bem, eu ando tentando encontrar uma rota de fuga mas é tudo tão hermético, tão hermético, tudo, tu, eu, não escapo de mim, eu quero, eu avanço e retrocedo e colho razões ácidas e as quero doces na minha boca, como pode. É o som do tempo que não passa o que definitivamente me assusta. Hoje alguém telefonou e perguntou por ti; o que eu diria? Acabei não dizendo muita coisa, apenas um 'está bem' que poderia ser 'não sei', ou 'queira saber de mim que sou quem está aqui do outro lado da linha, mas queira saber apenas do que me fere e que não consigo dizer porque me espeta a garganta e não sai, e me afoga e me faz morrer de várias formas menos daquela que realmente me aliviaria, portanto tire isso de mim'. Já tentei todo tipo de promessa. E pare de dizer que eu faço drama, que eu sou egoista: isso é o teu orgulho te consumindo como a lança que transpassa o lado são de uma vaidade adoecida, não existo para ser teu oponente. Mas ando evitando ter juízo, é verdade."

30 de outubro de 2009

"Mas se você achar que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados."


mãe desnaturada =s

27 de outubro de 2009

A vida é uma merda. Se a sua não é, não se preocupe pois ela vai ficar. Nem que seja agora, ou daqui a 50 anos, um dia você vai sentir na pele o quanto a vida é cruel, o quanto as pessoas são falsas, e quanto veneno existe no mundo. Você talvez possa ser uma cobra, mas tenha certeza que alguma cascavél mais venenosa vai entrar no seu caminho e acabar com a sua vida. Seu melhor amigo vai lhe dar as costas, e talvez ele esteja certo em fazer isso, ou talvez não. Pessoas que você tinha perdido a amizade, voltaram a falar com você, para 3 meses depois simplesmente te mandarem sumir da vida delas novamente. Mas o pior disso tudo, é que você é perfeita. Ou melhor, acham que você tem que ser perfeita, pois não possui o direito de errar. Oh, mas já errastes uma vez, não pode errar novamente. Foda-se! Qualquer ser humano erra, e como qualquer ser humano ele vai crescer e vai aprender com a vida, seja na base de flores ou de espinhos. A vida vai piorar cada vez mais. Se hoje tá tudo muito bem, amanhã você já vai estar chorando e agoniando até a morte. Morte, talvez isso seja a única coisa que salve. Ou talvez não, já que não sabemos o que vamos encontrar do outro lado. E então você chora, grita, deseja parar de respirar, ficar indiferente a qualquer sentimento, porque afinal, viver não é nada. Viver é simplesmente uma piada. Uma piada de humor negro. Enquanto, suas lágrimas vão molhando o seu rosto e pingando na blusa, o seu coração vai sendo esmagado e sua alma arrancada do seu peito. Mas no final, talvez, você sobreviva, ou não.

21 de outubro de 2009

É estranho. Passei mais de um ano com uma idéia fixa na cabeça, com um desejo insaciável, com sonhos e mais sonhos. Canalizava todas as minhas energias pra tentar conseguir o que eu queria e só enfrentava uma decepção atrás da outra. Enfrentei momentos de profunda depressão, tentei fazer de tudo, me refugiei em todos os extremos. Tentei pensar demais, tentei não pensar em nada, tentei ficar em casa, tentei sair e me embreagar todas as noites, tentei ficar sozinha, tentei ficar com o mundo todo ao mesmo tempo, tentei criar algum tipo de compromisso, tentei chorar, tentei me fazer de forte, tentei falar tudo, tentei esconder o jogo. Mas no final nada adiantava, bastava uma palavra pra que tudo voltasse ao normal. Eu estava presa num poço e confesso que nunca tinha visto nada igual. Aquilo pra mim era amor, era o único tipo de amor existente, era amor de uma vez só na vida.
Até que eu me acostumei, passei a ficar bem. Só eu e meu amor não correspondido. Aquilo era bom, eu não precisava de ninguém. Eu já tinha aquilo que todos procuram, já sentia todo aquele grande sentimento, não precisava de companhia, não precisava de reciprocidade. Eu tava legal, só as palavras mensais me satisfaziam, a ausência delas também. Bobo era ele que não amava. Tudo ok.
E foi então que eu passei a olhar mais ao meu redor, passei a perceber mais as coisas. O mundo era tão maior do que eu imaginava. O tal amor me cegava e eu fui voltando a enxergar aos poucos. Outros foram ganhando meus sorrisos, minhas promessas finalmente sinceras. Se ele tava com outra agora, tudo bem. Eu gostava de estar sozinha, eu gostava de estar com meus amigos, eu gostava de estar com meninos novos ou meninos velhos. E foi aí que eu comecei a perceber que era ridículo gritar na janela alheia numa madrugada de domigo, que por mais que você queira, certas coisas nunca vão acontecer.

7 de outubro de 2009

"Estou cansada de gente ignorante e vazia. E não falo de gente que não tem o que aprender, gente que não recebe conteúdo necessário e/ou de qualidade pra ter uma mente pensante. Essa é gente ignorada. Falo de gente ignorante, ou seja, aquela que ignora e que simplesmente não se interessa em progredir e nem e adicionar nada a si mesmo e ao mundo que a rodeia.
Saber não é simplesmente a ciência do Discovery Channel. Essa vontade de saber está nas coisas mais simples do nosso dia-a-dia. Como passar roupa. É tão fácil ligar para a mamãe e pedir para ela passar a sua roupa, usando como desculpa: "eu não sei fazer". Então lá vem a mamãe (ou então o ignorante vai até ela) e, como num passe de mágica, tudo está resolvido. Não precisou aprender nada. Continuou em nada adicionando e a tudo ignorando. E sempre necessitando de apoio e atenção.
Será que o ignorante sofre de carência afetiva? Será que ele pensa que ao ser trocado por ele mesmo, ficará sozinho em sua total independência? Pobre ignorante, ele não sabe que criará vínculos mais fortes na troca de sua sabedoria do que na ignorância de seu potencial. Ele pode ter consciência de tudo isso. Mas realmente é mais fácil apenas receber do que gerar e trocar.
Será o ignorante um preguiçoso? Se defender na sua ignorância e apenas desfrutar da produção alheia? Não pode ser, já que é muito mais complicado convencer o outro a dar de tudo sem receber nada em troca. Ninguém é tão benevolente assim.
O ignorante é, na verdade, um egocêntrico e egoísta. Só pensa em si mesmo pois ele é tudo o que consegue enxergar. A satisfação dos seus desejos é o principal e único objetivo. Vai pisando e devastando tudo que o impede de alcançar seu alvo. Além de apenas se enxergar, o ignorante é um ególatra. Se adora, até mesmo por não ter com o que comparar. Vive no seu próprio vácuo. É infeliz pois ainda não construiu a sua felicidade. Aliás, nem sabe o que é isso. Ele espera que os outros a tragam, ignorando o fato de que a felicidade não se alcança nem se recebe, se aprende. O ignorante sofre. Mas está tão ocupado consigo mesmo que nem percebe."

4 de outubro de 2009

A cerveja mata?
Sim. Sobretudo se a pessoa for atingida por uma caixa de cerveja com garrafas cheias. Anos atrás, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por 1 caixa de cerveja que caiu de um caminhão levando-o a morte instantanea Além disso, casos de infarto do miocardio em idosos
teriam sido associados as propagandas de cervejas com modelos.

O uso continuo do alcool pode levar ao uso de drogas mais pesadas?
Não, o alcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas.

A cerveja causa dependencia psicologica?
Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem whisky

Mulheres gravidas podem beber sem risco?
Sim. Está provado que, nas blitz, a polícia nunca pede o teste do bafômetro pras gestantes.... E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha reta, sempre podem atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.

Cerveja pode diminuir os reflexos dos motoristas?
Não. Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada 1 caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos, os reflexos foram alterados.

Exite alguma relação entre bebida e envelhecimento?
Sim. A bebida envelhece muito rápido... Para se ter uma idéia, se tu deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.

A cerveja atrapalha no rendimento escolar?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão aumentando suas rendas com a venda de cerveja nas cantinas e bares na esquina.

O que faz com que a bebida chegue aos adolescentes?
Inúmeras pesquisas vinham sendo feitas por laboratórios de renome e todas indicam, em primeiríssimo lugar, o garçom.

A cerveja causa diminuição da memória?
Que eu me lembre, não.

28 de setembro de 2009

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

11 de setembro de 2009

"E assim, como quem não quer nada - mesmo querendo tudo - eu descobri qual é o lado bom da minha vida. Eu, vejam só que tonta, achando que tudo que eu tinha havia seu lado bom e ruim. Isso fazia as coisas perderem o sentido, e ai então eu as encontrava. Eu, que achava que cada segundo do meu dia seria o lado bom da minha vida, percebi que o lado bom mesmo é o seu. O seu lado. Do teu lado.O seu abraço. O seu carinho. Olha só que tola. Eu achando que o sentido se encontrava em mim, mal eu sabia que o sentido do mundo se encontra em você. Acredita? Agora sei que o lado bom da minha vida não são as coisas que eu faço ou vivo, o lado bom da essência da minha vida é você. É você e o seu cheiro. Você e sua voz. Você e o seu sorriso. Você e o seu jeito de menino. Você e o seu jeito de homem. Você e o seu jeito como me pede desculpas por tudo. Você. Você e todo esse carinho que ninguém mais tem. Você e você. Você e eu. Eu. Você. Nós."

6 de setembro de 2009

"Quando as palavras se ausentam, eu tento lembrar como e por onde elas fugiram. Me vem à mente os momentos com a cabeça encostada no vidro da janela, em que se eu tivesse onde ou com quem, teria despejado milhares de palavras dessas que eu queria ter agora. Mas não é só aqui, sentada nesse lugar em que as palavras fogem de mim.Isso vem ocorrendo frequentemente, quando me olho no espelho e tento explicar pra imagem que vejo ali, porque eu perdi a cabeça assim tão facilmente. As palavras do eu-lírico agora estão ao vento, e alguém tem culpa disso. Alguém que não roubou apenas o que ele tem vontade de dizer, mas também a sua voz secreta. Ah! Ele também teve um orgão seu roubado, mas não tem intenção nenhuma de capturar."

29 de agosto de 2009

"Tu passa dias se lamentando, buscando histórias pra te consolar. Reler as mensagens gravadas no celular, olha todas as conversas guardadas no MSN, escreve textos provocativos. Tudo gira em torno de só um objetivo: Uma nova ilusão.
Te entregue apenas aquilo que realmente te pertence. Nunca somos 100% vítimas de tudo e nem 100% culpados. Ser enganada por um pseudo–apaixonado é a coisa mais normal que existe (se existir o normal). Mais normal ainda é tu acreditar nele e pior , culpa–lo por todas as suas dores. Ninguém colocou vendas nos teus olhos sem que tu percebesse, em algum momento, em fração de segundos a verdade apareceu e tu optou em deixá-la de lado, por que ser enganada já estava de bom tamanho e acordar seria árduo.
Nos iludimos no meio de tantas qualidades. Mas veja, quem na primeira conversa vai dizer : “Oi? Tudo bem? Prazer em te conhecer, eu sou estúpido e você?". Saímos pela tangente da razão e seguimos com aquela venda nos olhos e no coração. Culpamos um alguém por não ser quem idealizamos, quando no fundo, nem ele sabe quem ele é ou você não permitiu que ele fosse."

25 de agosto de 2009

"Eu sou do tipo de pessoa que adora relacionar arroz com chocolate, por motivos loucos e imagináveis. Hoje vim falar sobre vagas de carros, estacionamentos, e na verdade apenas para falar de amor. O que nos trás felicidade sem igual deixando a vida completa, por um simples segundo, ou durante até a vida de seu lindo e eu espero, bom carro.
Há vagas que tu corre, acelera e quando vê o amigo do carro da frente já pegou. É tipo o menininho lindo do quarto ano, que tu sonha esbarrar nele no corredor, entre a cantina e o pátio.
Há vagas que são perto do teu ideal, perto da porta do shopping algo bem acessível ainda mais pra quem espera fazer compras. Porém amigo, ela é pra deficientes. É como aquele cara lindo na balada, tu paquera entre olhares e mexidas de cabelo, e quando chega perto é o tipo de pessoa que tu poderia dormir sem conhecê-la.
Amores de internet, que são aqueles amores limitados, entre uma web cam e um teclado. O tipo de vaga, que você ainda tem que calcular pra ver se teu carro cabe.
Às vezes tu precisa colocar seu carro na zona azul, até encontrar aquela vaguinha te esperando perto do trabalho onde está lotada com carros parados esperando vagas no sol do meio dia. Esse tipo de vaga são as que mais te fazem crescer, te fazem pagar um real pra permanecer. Como aqueles rapazes que vêem apenas pra ser algo temporário, algo que não chaga a nada, é apenas algo que te fará esperar algo melhor, é uma ponte de acesso.
Porém as vezes tu acha a vaga um tanto inadequada e quando se dá conta, é apenas aquela que está justa, certa, pra ti é aquela vaga onde estacionará teu carro por muito tempo. Algo diário."

23 de agosto de 2009

"Não se sinta capaz de enganar quem não engana a si mesmo."

21 de agosto de 2009

"Não quero mais medir tuas decepções e peneirar as tuas expressões, para ver se te acho inteiro. Mas parece que você insiste em continuar no meu quarto, e que quando abrir um livro, lhe verei me encarando com teu ar blasé. Você diria: 'O que eu posso fazer, baby? O que eu deveria ter feito?' Mas é tarde demais. Eu não acredito mais em você. Então pare de beliscar as bordas do meu coração. Coloque tuas idéias fracas no devido lugar, por favor. Aceite a parte que lhe resta e o preço por ter se calado enquanto eu te chamava, e vá embora de vez. Coloque as palavras covardes no devido lugar e, por favor, desvie teus olhos de mim.Eu tive que reciclar pensamentos, sentimentos, lembranças e poemas para me livrar da tua ausência. Mudei o caminho para não me encontrar com a tua confusão. E depois de horas, dias, semamas e meses de espera transformada em textos viscerais, larguei as cartas no banco de trás. Me desfiz de laços, abraços, descosturei emoçõezinhas e deletei tuas frases do meu diário. Desfiz.Parei de te olhar para não me ver olhando você. Parei de te olhar para não te ver cego, sumido, escondido; dizendo que tem medo e que é covarde. Parei. Eu acelerei o motor, apaguei fogo com gasolina e rasguei a minha boca grudada na tua, para não sentir-me congelar com o espasmo da tua despedida. Finalmente.Eu poderia ter te amado para sempre e poderia te desejar ao meu lado até que o meu coração saísse inteiro do meu corpo. Mas há sempre o momento para isso ou aquilo, e houve, enfim, o momento para pintar de branco o teu sorriso na minha fotografia. Então, querido, não venha agora cobrar a minha presença em teu olhar, se foi a tua ausência que me fez sentir, rasgar e partir."

13 de agosto de 2009

"E só de ler teu nome, eu já fico arrepiada. Um tipo de doença talvez, ou um espírito que sempre passa por mim ao tocar em teu nome. Não consigo mover isso pra trás, e às vezes parece que eu escrevo uma historia em cima da tua, e quando eu vejo: tu ainda está lá, firme e forte, dominando minha cabeça, e quem sou eu para não afirmar que outros membros involuntários também.Você é a minha doença, e a minha cura.Você é o meu problema e a minha solução imediata. E cada vez mais eu vejo que eu só preciso de você, porque se você quiser o meu mundo é seu."

11 de agosto de 2009

Por que no fim sempre acaba e corre o risco de ser você a juntar seus pedaços pelo chão. Ou então, ser o responsável pelo estrago todo. Não sei o que é pior. Já estive dos dois lados e não sei. Prefiro agora não saber mais.

10 de agosto de 2009

"Eu ouço a última frase fechar silenciosa a porta e caminhar sozinha rua abaixo, ainda meio atordoada por se saber inútil. Não tive coragem de dizê-la. A mim, parece ser meu coração pulsando na ponta da língua que evito pronunciar, prefiro deixar meu coração em segredo. E, das coisas todas que eu disse até aqui, nenhuma me revela tanto quanto essa omissão, que então me torna uma incógnita como o tal raio que não cai duas vezes no mesmo lugar e veja só, ele cai. Mas a frase, essa se foi sem beijo nem insistência, se foi apática e vagarosa, quase autômata, eu era uma sua desconhecida e era impossível nos reconhecermos, nós que alguns poucos momentos antes ainda nos pertencíamos. Ela não cabia, não cabe, na minha voz - a minha voz tampouco cabe no seu sentido, eu não me encaixo mais porque se dissipou de mim a tal da idéia, e o fez com uma velocidade inesperada como esse vento quente que sopra do lado de fora e corta ao meio a rigidez do inverno. Da última vez que lhe escrevi fazia um vento assim, não sei se você se recorda - e as palavras se balançavam alvoroçadas nos meus cílios fingindo-se de borboletas, que as palavras criam asas, sim, e frágeis nascem e frágeis morrem, e inocentes se atiram em vôos cegos, as minhas, cílios pesados de verbo eu sempre tive. Olhos verborrágicos. Meio por insolência, meio por descuido. Mas não é disso que falo hoje, eu hoje não falo nada. Eu hoje chão, calçada, jardim, almoço, varal, música, fé, ponta de pé, corpo de bailarina assim no espaço solto, palavra deixo ir que não me pertence. Não essa. Ou aquela; não aquela. E já não é coragem que me falta, é coragem que cultivo. Prefiro deixar meu coração em segredo."

4 de agosto de 2009

Além da dor as paredes hão de descobrir o que há entre mim e o montículo do futuro que prepara minha vida. Porque o tempo não se esvai jamais; o que acaba é a minha vontade de captar esperança entre os ponteiros que nada me indicam assim que meus olhos são vãos à paisagem.
Porque na verdade um som qualquer sabe dizer muito mais que a minha voz e o que hoje, eu tenho profundamente vontade de dizer. É exatamente na aturbulação que a mudez afina sua condição à mim, ainda que eu resista, não adianta dizer 'não'. Além da dor desse dia, não há paredes pra me esconder e abafar o chôro que hoje não saiu, e não há esperança nem ponteiros suficientes pra indicar um quadro específico de mim. E assim, uma figura entrecortada da realidade para eu mesma é o vínculo mais puro e sublime do que hoje, só hoje, eu tenho certeza que existe.
Hoje deixei o cigarro queimar-se vagarosamente. A tempestade veio intensa, sem aviso. Delineando um princípio de racionalidade entre sentir sua falta e buscá-la de volta para meus braços, me perco num abismo sem sentido. Ouço nossa música, cheiro teu odor ainda deixado dentre resquícios materiais. Num caminho errante, perco tempo permitindo-me chorar tua ausência. Vago só moldando sonhos entristecidos. Pairo trêmula com o peito ditando sua devida fraqueza. Hoje sou pranto incerto. Hoje sou intenção sintetizada pelo equívoco. Hoje sou o seu pulsar que eu mesma matei.

3 de agosto de 2009

Eu tomo o último ônibus
que vai me tirar daqui e me levar até você
Está um pouco frio aqui dentro
e não tem mais ninguém aqui
Eu ainda penso nas coisas
que eu te disse nos nossos melhores dias,
que você estaria melhor sem mim do que comigo.

E se você soubesse como foi o meu último dia
você poderia então conversar comigo como de costume

Venha ao meu encontro
quando eu te deixar,
pois eu vou ficar lá pra sempre
e te escrever quando der.

No seu quarto a luz ainda queima,
parece que você pode enxergar longe
Você pensa em mim e quando o telefone toca você espera que seja eu ligando
Eu não estou aí pra poder te dizer que sinto muito,
já que eu não mereço mais
que você me perdoe

E nada agora mais vai ser
como era antes
por isso que eu devo esquecer logo
como é o seu beijo


Letzte Bahn - Silbermond

1 de agosto de 2009

com o tempo a gente esquece...

"Com o tempo a gente esquece que a toalha molhada sobre a cama deixou úmido o lençol recém-trocado e se lembra de como foi delicioso tomar um banho demorado depois do dia mais cansativo da semana, porque a toalha molhada sobre a cama é apenas e tão somente uma toalha molhada sobre a cama. Com o tempo a gente esquece a janela aberta, e a porta fica apenas encostada – e por aí vão entrando novas idéias e saindo posturas viciosas, que é preciso mesmo arejar os ambientes e tirar o mofo da vida. A gente esquece as chaves no bolso e desiste de trancar o riso. E, às vezes, também se esquece de lembrar o próprio nome e passa a se chamar Passarinho, Correnteza ou Ventania. Ou Céu.
Com o tempo a gente esquece a reserva que fez no restaurante e passa a tarde no quintal chupando fruta do pé. Com o tempo a gente se esquece de como é que se fuma, e de como é que se bebe, e respira fundo a sobriedade de estar com a cabeça fresca e o corpo pronto para o que der e vier. A gente esquece que acabou a margarina e que faltou sal no feijão, a gente esquece que adoçou o café com açúcar ao invés de adoçante, a gente esquece que o arroz cozinhou demais – e dá de ombros porque nem dá nada passar um dia sem margarina, e sal demais aumenta a pressão, e comer açúcar uma vez na vida não vai fazer disparar o ponteiro da balança, e qual o problema de comer arroz um pouco mais molinho? Com o tempo a gente se esquece de ligar o celular, a tevê e o computador – e dá vontade de encontrar alguém pra jogar conversa fora ou de ficar em casa com o corpo largado no sofá e os pés sobre a mesa, curtindo um abraço e uma caneca de chocolate quente. A gente esquece o guarda-chuva em cima da mesa da cozinha e vê que bom mesmo é sacar fora os sapatos e se enfiar por entre os pingos d’água, bom mesmo é lavar a alma numa chuva inesperada. A gente esquece o relógio e, sai a pé e vai lá fora viver sem hora pra voltar.
Com o tempo a gente esquece como é que se faz as malas, porque tudo que se pretende é ficar. A gente se esquece de que tudo tem um preço, e quer mais é pagar pra ver. A gente, com o tempo, até esquece que o filme é dublado, e entra no clima da interpretação canastrona da versão aportuguesada porque o filme é o mesmo, e a gente já viu, e vale a pena ver de novo de qualquer jeito porque o John Malkovich está matando a pau ou a Bette Davis nunca esteve tão malvada. Com o tempo a gente se esquece do bicho-papão, do boi da cara preta, da vaca que foi pro brejo e entende que o que era doce está muito longe de acabar. Com o tempo a gente esquece que cresceu e vê que o tempo que passou não faz tanta diferença assim, e que sempre é hora de esquecer muita coisa para lembrar-se do que realmente importa. É que, com o tempo, a gente se lembra da gente. E disso, quando a gente lembra, a gente nunca mais se esquece."

24 de julho de 2009

Lembre-se de todas as coisas que queríamos
Agora todas as nossas memórias nos assombram
Nós sempre tivemos a intenção de dizer adeus
Mesmo sem punhos erguidos, sim
Nunca teria dado certo, sim
Nunca tivemos a intenção de lutar ou morrer

Eu não queria que nos queimássemos
Eu não vim aqui para te magoar
Eu não posso parar

Eu quero que você saiba
Que não importa
Onde pegamos essa estrada
Alguém tem que partir
E eu quero que você saiba
Você não podia ter me amado mais
Mas quero que você siga em frente, eu já segui

Olhar pra você assim, torna tudo mais difícil
Mas eu sei que você vai encontrar outro alguém
Que não fará você chorar sempre
Começou com um beijo perfeito
Então nós sentimos o veneno se espalhar
A perfeição não poderia manter este amor vivo

Você sabe que eu te amo
Eu te amo o suficiente para deixá-lo ir

Eu quero que você saiba
Que não importa
Onde pegamos essa estrada
Alguém tem que partir
E eu quero que você saiba
Você não podia ter me amado mais
Mas quero que você siga em frente, eu já segui

Eu já segui
Eu já segui
Você não pode fazer isso dar certo
Quando você sabe que é errado
Eu já segui
Já segui
Não há como continuar
Então eu já segui



Already Gone-Kelly Clarkson

18 de julho de 2009

Você comigo, não poderia ser. É como lhe tenho observado e como lhe tenho sentido.
Nós dois apaixonados, seria mesmo estranho.
Um ao lado do outro sorrindo e bebendo do mesmo chá, seria mesmo esquisito.
Você comigo, não poderia ser.Dizendo qualquer bobagem e jurando amor barato.
Você sozinho, sem mim, é como quer.
Pois juntos seríamos insuportavelmente intensos.
Com nosso orgulho exacerbado e com minha modéstia declarada, seríamos mesmo deliciosamente diferentes de mais.
De mãos dadas estaríamos sujeitos à uma aproximação muito mais perigosa. E abraçados sentiríamos o coração um do outro bater. E isso seria mesmo complicado de mais para pessoas como nós. Assim, tão iguais.
Você comigo, não poderia ser.Estaríamos propensos de mais a detalhes e a momentos. Daqueles impossíveis de evitar.
Viveríamos cada sensação com toda intensidade e paixão. E isso seria mesmo confuso para mim e para você. Já que somos tão impessoais.
Você sozinho, sem mim, fica muito mais seguro em seu quarto. Enquanto lê algum livro e bebe água. O que aliás, é muito mais responsável e racional do que suco de abacaxi para você.
Um com o outro, não poderia ser.Desobedeceríamos as regras que nós mesmos criamos para nós, dentro de nossas redomas de vidro e mentes incansáveis.
Eu com você, não poderia ser.
Te abraçando, te amando e lhe sorrindo. Seríamos mesmo felizes de mais, e isso não nos convêm.
Eu sozinha, sem você, sou muito mais incontestável e independente. Determinada em minhas idéias, objetivos e razões. Demais para me ocupar com qualquer outra coisa.

Tem razão. Não poderia mesmo ser.

12 de julho de 2009

"Eu não te chamaria de amor. Tua sede é rasa e é frágil. E meu corpo não seria capaz de abrigar todos os teus cemitérios de amores em vão. Todas as tuas conquistas pela metade e teus lamentos de homem confuso. Te amo sim, mas isso não te nomeia 'amor meu'. Tu é a beleza de um passado antigo. Nostalgia de amor inacabado. Sentimento puro de saudade encerrada. Pela metade, pois em metade te vi partir. Tu é homem cego, dono de olhos castanhos. Paixão que dilata meu peito estufado de questões e pecados sem respostas, sem perdão. É minha má companhia, meu tesão fora de hora. Sempre combinando com sábados quentes. Repito: tu é meu perigo certo. Minha vontade absoluta. Mas não te chamo, te clamo ou soletro teu nome curto. Tu é folha em branco escrita com tinta vermelha. Mas não é meu ombro, braço ou colo. Tu é escudo, apenas. E eu me apaixonei pelas tuas horas vivas, não por teus carinhos sujos. Eu não te chamaria de amor. E então te amo. Mas como veio, e não como foi."

8 de julho de 2009

Z diz: é que quando bate a carencia, o carisma se torna fatal


Exatamente...

4 de julho de 2009

Tá, mas e agora?
Tu também tem as soluções para os problemas idiotas, ou acredita que dizer que ainda está vivo resolve tudo?

3 de julho de 2009

"Cheia de boas intenções. Sempre fui cheia de boas intenções. Envolvia-me com donos de corações supostamente puros, e acreditava nessa babaquice toda de príncipe encantado e vestido branco. Quer dizer, até acredito em vestido branco, mas não dessa forma piegas que dizem ser a certa.Vestido branco a gente usa em qualquer lugar. Casamento acontece em qualquer lugar.
Tá cheio de ripongas do século XXI convidando pra casamento na praia. Aquela coisa toda de vento, bolo com gosto de maresia e tiozinho mal-avisado vestindo sapato na areia. Mas casamento é isso. E quando é para amarrar dois pescoços com um laço só, tiram dinheiro até de onde não tem. A questão é o que fazer nas próximas semanas. No sábado a mulher quer colocar bob no cabelo e o maridão inventa de tirar o pijama ás 4 da tarde. A discussão do fim de semana resumi-se a: pedir pizza ou comida japonesa. Já que sair para jantar está fora de cogitação. A grana anda curta por causa da festa de casamento, e a mulher, que trabalhou a semana inteira, além de lavar a roupa, não quer cozinhar nem a pau. Mas, tá, eu sei. Tem o travesseiro com o cheiro dele do lado, a camisa amassada em cima da cama e ao abraço quente depois da chuva. Mas eu fico aqui pensando que o tal cara que vai me ver chorar e gargalhar na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, está perdido em algum planeta distante jogando video game. Mas não, não que o cara seja cópia de um daqueles bonecos namorados na barbie. Sabe? Aquele tipo: 'malho o glúteo quatro vezes por semana, tenho pele-bunda-de-nenem, e no fim de semana vou pra night!'. Não. Porque estranho é o fato de algumas mulheres sonharem com um homem perfeito. Eu não. Prefiro o cara que acorda no domingo com a barba pra fazer, soa depois do futebol e fica tímido na hora de me elogiar. O tipo que lê Vinícius de Moraes sem a pretensão de parecer piegas. Porque eu bebo cerveja, escuto música de macho e não sei se vou casar de branco. Sabe como é."

26 de junho de 2009

-Pare por favor,
isso dói,
dói, dói...

...talvez você não faça nem ideia
do quanto.

23 de junho de 2009

"E, amor, provavelmente você não saiba dizer onde foi que eu larguei aquelas cartas passionais do verão retrasado. E nem saiba explicar como foi que pequei tão escancaradamente.

Havíamos perdido o juízo e a razão, e nos transformado no próprio álcool da garrafa. Ácidos e inoportunos. Rebeldes demais para nergarmos qualquer sentimento. Certeiros o suficiente para causarmos ressaca. Nos tornamos a velha insistência do caos. A malícia da intensidade. O desejo exacerbado, incontido e dilacerado. Tu era meu conto de amor barato e eu a desobediência penetrante em teus olhos.

E então, alguns dias se passaram. E eu só me dei conta, quando senti os minutos gelados escorrendo nos meus poros ansiosos. Sentada no chão, enfiada num texto passional, vômitando citações egocêntricas e perigosamente pessoais, te vi escapando pelas beiradas da minha boca. Te vi indo embora.

E apenas quem conhece a repetição de uma despedida idiota, sabe como é ter o peito e o pescoço nas mãos de alguém. Apenas quem desconhece o sabor da carne intacta, sabe como é amar ao contrário. Apertando o coração para calar o choro, enquanto se rasga e se queima velhas demonstrações futuras de amor.

E agora, com esse sorriso bordô e descabelada, proponho-me fugir para qualquer lugar onde eu possa espalhar-me em sorrisos grandes. Presa fácil. Mulher difícil. Quente como o asfalto da avenida e fria feito a chuva da semana anterior.

E talvez nem eu mesma saiba dizer onde foi que eu deixei aquelas antigas frases rasgadas. Mas não precisa se preocupar. Tu estará sempre vivo em tua momentânea morte imbecil, para ver o que é que se faz com as tais velhas cartas de amor, que nunca me escreveu."

22 de junho de 2009

Por que que quando eu chego a conclusão que mesmo estando tudo errado essa é a melhor forma de estar tudo certo tu vem e muda tudo?
Por que os dias parecem melhores agora mesmo sendo os piores possíveis?
O que é que estou dizendo?
A vida é bela mesmo suja de tinta?
Os universos paralelos se encontram e se apaixonam todos os dias ou só eu que me apaixono constantamente pra não me dar mais valor?
Outras línguas são realmente interessantes mesmo quando a beleza é traduzida pra hostilidade?
Quem sou eu?
Do you have the time to listen to me whine about nothing and everything all at once?

"Estou tentando me privar da vontade louca que tenho de chorar. Meus sorrisos são sinceros, não me entenda mal. Há felicidade em mim mas há uma tristeza também, que bate lá do fundo e que independe de mim vem de vez em quando... com ou sem porquê... simplesmente vem. Tento controla-la, mas estou chegando no limite. Não adianta negar que não estou pensando em você. De forma diferente: não te quero mais. Isso é dor que alivia. É frustração que acalma. Por mais que adjetive, ainda assim, tudo o que sobra é dor e frustração. Foi muito bom te conhecer mas agora eu me pergunto se ainda te conheço...

Quero te conhecer de novo, para quem sabe te querer de volta."

21 de junho de 2009

Sou controladora, mas não controlada, enfio os 10 dedos na tomada, levo choque, e mais tarde repito a dose, novo choque: sou uma viciada em arrependimentos emocionais.

17 de junho de 2009

- Renuncio.
- Definitivamente, as pessoas não mudam assim...em alguns meses.
- E tenho dito!

14 de junho de 2009

[Por que não consigo esquecer?
Diga-me o que tem ainda que acontecer até que você se torne nada para mim.
Eu gostaria tanto de te odiar, mas o amor não me deixa.
O amor não me deixa.
Eu queria não mais pensar em você.
Acredite, eu tentei. Queria te afogar no vinho mas, como você vê, não funcionou.
Eu queria terminar tudo aqui mas os anos não se apagam tão facilmente.
Dizem que o tempo cura todas as feridas.
Mas em mim ele as abre novamente...]



Die liebe lässt mich nicht-Silbemond


13 de junho de 2009

Foi então que eu desisti de caminhar no encalço das horas.

"Eu ora preferia aquela quietude de coisa não dita, ora encharcava-me de alma de verbo vertendo sangue até desfalecer de tanto viver. Foi então que eu vi, na palidez da sensação que se esboçava ainda ambígua, de pernas trêmulas, no esquivo e pequeno espaço compreendido entre o meu coração e a minha razão, que o sentido que eu buscara para a minha solidão rasgara voluntariamente o peito em algum espinho trôpego esquecido sob a sombra do meu corpo ainda quente das lembranças do dia seguinte. É que o dia seguinte lega lembranças mais vívidas do que todos os dias que se foram; é que a hora passada morre e leva consigo todo e qualquer fogo. Do que não havia, nem jamais houvera, restava uma iminência pesando-me sobre os ombros; do que não havia, nem jamais houvera, restava um instante sufocado sob o que de fato foi - mas ora, o que, de fato, foi? Do que não havia restava tanto, eu nunca contente com meio-parte-nada-quase, eu nunca contente com menos que tudo, eu sempre engolindo faíscas do mundo e devolvendo-me inteira em permuta, eu que não barganho indulgência nem coisa alguma e me permito a cega inocência das paixões sem culpa, eu que já não me sabia, eu não me sabia: eu era a gota de caos a me fazer falta enquanto a vida seguida dolorosamente plácida, eu que não tenho sossego, eu não tenho sossego, eu não quero sossego, eu que já não me cabia, eu não me cabia. Mas era a vez de me recolher no calor de novos planos e de aquecer as mãos entre os dedos longos do tempo nascente, que o tempo sempre chega e parte e castiga e abençoa e pede perdão, que o tempo sempre morre e nasce de mãos enlaçadas às de quem lhe perdoa os desatinos."


*haushaushaushasuahs*

Como ser uma masoquista virtual

"LIÇÃO 1: Acredite em qualquer doido internético que apareça dizendo que você é a mulher da vida dele. Principalmente quando ele morar a 484856869795 km de você (ou mais).

LIÇÃO 2: Largue a sua vida, seus amigos, seus programas e deixe a periquita voltar a ser virgem, tudo em nome do grande amor da sua vida... aquele da internet que mora a 484856869795 km de você (ou mais) e provavelmente mete o pinto em todos os buracos possíveis (se bobear, traça até os tijolinhos). Mas claro que, na sua frente, ele é a própria santidade... discurso lindo!

LIÇÃO 3: Depois que a periquita voltar a ser virgem,certifique que seu eleito tem 436485678745767 amigas empenhadas 24 horas por dia em convencê-lo do quanto ele tem approach. E mais: ele precisa falar disso com você, afinal doido que é doido faz isso - e masoquista que é masoquista não será completa o suficiente sem este item.

LIÇÃO 4: Acredite fielmente quando o maluco disser que ama você e recuse-se a ver os ataques de grosseria, as agressões e as inúmeras contradições e esquisitices que ele praticar com a sua resignada pessoa - só porque ele está na TPM e resolveu ser um filhadaputabocadefronha e falar merdinhas ao seu ouvido, no péssimo sentido.

LIÇÃO 5: Quando você finalmente decidir dar um basta e terminar a relação, faça num momento de fragilidade extrema (sua) para que ele te convença que você é a doida. Acredite piamente que você está vendo chifre em cabeça de cavalo (e não na sua) quando ele disser que as amigas são apenas criaturas carinhosas e assíduas, e que ele só tem olhos para você. Se não acreditar, finja. Quando estiver na iminência de fraquejar e de recuperar seu amor-próprio, vá até o muambeiro da esquina e compre o cd do mc-sei-lá-das-quantas, aquele do "um tapinha não dói". Ouça em volume máximo até isso penetrar na sua mente como uma verdade suprema, um verdadeiro mantra de sabedoria inquestionável. Afinal, quer ser masoquista ou não?

LIÇÃO 6: Sinta-se péssima, chore, escute todas as músicas de corno, aquelas doloriiiidas... é realmente importante que você definhe, se acabe, fique se torturando ao máximo imaginando o quanto você foi insensível e o quanto deixou de entender as necessidades daquele bofe maravilhoso, daquela perfeição em forma de gente (mesmo que você nunca tenha visto a cara dele, seria uma jumenta se duvidasse de que ele é um príncipe!!). Lembre-se sempre, é você que é uma desgraça ambulante - ele é o Senhor Perfeição, um verdadeiro Mr. Loverman dos trópicos, aquele que nem fede, caga cheiroso e está sempre perfeito. Aí, quando ele insinuar aparecer na sua vida novamente, corra e se jogue aos seus pés, pedindo perdão por você ser uma completa besta!

LIÇÃO 7: Lembre-se - você não tem competência nenhuma para arrumar um namorado "real". Você é inferior. A sua periquita merece ficar em estado permanente de hibernação. Você tem que levantar a mão pro céu e agradecer por alguém ter te dado uma colher de chá, mesmo que ele more pra lá de onde o vento perde as botas (detalhe bobo, não?).

LIÇÃO 8: Ponha na sua cabecinha de uma vez por todas que você só fala merda. Portanto, antes de ser cruel e injusta com o homem que te salvou do encalhamento, antes de entupir os delicados ouvidos dele com as suas cobranças e lamúrias, conte até 10 (50 vezes se for preciso) e engula esse monte de “shit” que você está pensando, sua maluca neurótica!! Indigestão e mau-hálito intelectual são infinitamente melhores que ficar sozinha.

LIÇÃO 9: Você não é melosa?? Não poooooode!! Masoquista que se preza tem que ser meloooosa!! Não se esqueça de mandar 92387489485 SMS pro celular do "deuso", dizendo que sente a falta dele, perguntando o que está fazendo, e todas aquelas cantadas uó. Envie zil e-mails apaixonados por dia. Mande links fofos e altamente ridículos. Mude o status do orkut para "namorando" e tasque um "meu lindinhuuuu" no campo "paixões". Mude o nick do MSN para "fulano, 'TI' amo pra sempre" ou qualquer outra bobagem emo escrita no mais puro internetês: "ti dolo, meu anjuu", "bjuxx de mel pro meu amorzinhuu", "xaudadixxxx do meu amor", "Fulana e Fulano prá sempreee S2" e por aí vai... Se tiver um blog, tá esperando o quê pra transformá-lo em "diário de uma paixão"?? Poste sem parar, uma declaração por dia. Se tiver sorte, ele quando muito comentará algo diretamente com vc, pq apesar de ser o cara em que mamãe passou açúcar, ele é muito discreto... se não, transforme-o em muro das lamentações - choradeira sempre é garantia de audiência e vc vai bombar no Google!!

LIÇÃO 10: Quando finalmente conseguir se libertar - ou porque encontrou um restinho de vergonha-na-cara escondido debaixo da unha do dedão do pé ou porque o Mr. Loverman resolveu, num instante de compaixão, assinar a sua alforria, chore, sofra, se blasfeme, arranque pentelhos com a pinça de sobrancelha, corte os bicos do peito... depois respire fundo e repita para vc mesma que ele, afinal, não é o único homem sobre a face da terra. Corra para a internet e arrme outro, oras! Há muito maluco por aí, um deles há de ser o seu."

12 de junho de 2009

[Eu te daria outra chance, eu cairia. Eu levaria um tiro por você.
Preciso de você como um coração precisa bater, mas isso não é nenhuma novidade.
Eu te amei com um fogo intenso, agora está ele está se apagando.
E você disse ''me perdoe'' como um anjo...]

[Oi, como você está? Como é pra você arruinar toda a minha auto estima?
Por 5 anos eu esperei, porque eu sou insensível para ir atras de você.
Quando você age como se nada tivesse acontecido eu sinto como se eu tivesse que me sentir mal. Mas eu não posso gostar de alguem que pensou que os outros são os únicos que importam. Eu espero que você esteja lisongeado porque você quebrou isso agora.
A melhor coisa que você nunca teve.]


11 de junho de 2009

Já encontrei o homem da minha vida. O problema é que eu não sou a pequena da vida dele. E isso é tão, mas tão óbvio que eu nem tento convencê-lo do contrário.
=)

10 de junho de 2009

"Mesmo que o furacão pare, que o vento cesse, que os dias passem mais devagar, que a chuva dê trégua... já ficou claro... o sol se abriu, secou o chão, abriu sorrisos para desaguar mais uma vez em tempestade... a noite não irá arder, o tempo não se fará presente e o livro ficará, por muito tempo, sem as últimas palavras."

6 de junho de 2009

"Hoje eu não sei o que quero. Se quero um "pouquinho disso", ou um "tantinho temporário daquilo."
Meus dedos tremem, meu pescoço ainda dói e a noite vai se deitando sobre meu corpo. Mas eu não estou batendo em sua porta agora. Ok. Olhei pela fechadura para se ver se estava aí, talvez esperando por mais algum gesto surpeendente meu. Mas tudo o que vi há poucas horas, foi seu corpo imóvel.
Dessa vez você não disse nada. Eu não disse nada. Apenas peguei meu coração e vim embora.
No caminho abri os braços para ver se o vento poderia me abraçar. Desejei que me abraçasse como se eu fosse uma estrela caindo do céu. Questionei se conseguia ver meu corpo querendo se dissolver na chuva. Choveu, trovejou, e eu não me dissolvi feito grão de açúcar em copo d'água.
O tempo passou, e encontrei novos sorrisos, novos olhares e novas palavras. E sabe aquele sorriso que eu lhe entregava no rosto? Ele não se desfez. Muito pelo contrário, está brilhando aqui comigo.
Seus dedos longos do outro lado da janela me fizeram falta esses dias. Senti saudade de coisas habituais, e de toda aquela nossa sinceridade gritante. Mas enfim, o tempo passou e eu não me dissolvi. Virei outra coisa. Um lado meu que renasceu, ou uma parte melhor minha que não conhecia. Mais forte, mais "clara", mais cabível em cada detalhe.
O estranho é pensar que o meu coração desacelerou e você nem percebeu. Mas não é isso que que dói. O que doeu hoje foi poder te dizer tudo isso, e não ter dito por achar que não vale mais a pena.
-É que aquelas palavrinhas me vieram à cabeça hoje:
"Não o suficiente para..." [suficiente????]
[Mas eu continuo com aquele pensamento: O tempo passa, e as coisas mudam.]"

5 de junho de 2009

"Dizem por aí que quando a gente quer muito alguma coisa, o universo inteiro conspira para aquilo acontecer. De repente tudo de encaixa. Surge uma folga, sobra um dinheiro, o céu se abre mas chove um pouco na hora de sair de casa, o tempo passa cada vez mais rápido e quando eu menos espero, quando eu não me aguento mais ... as coisas acontecem. E quando tem que acontecer, não tem bloqueio que impeça. Acontece, simples assim, igual àquela operadora de celular.
Tenho acreditado cada vez mais em vontades iguais que se misturam com o passar no tempo, nas coisas que o tempo faz. Tem gente que fica me pedindo pra escrever sobre isso tudo, mas eu não consigo, fiquei boba até com as palavras, elas me faltam porque é só suspiro com você. Escrevo umas besteiras pra ver se consigo distribuir um pouco de amor que já me sufoca, até um suspiro se perder num olhar qualquer, seu, até a falta de ar me provar que tanto amor já não cabe em mim, vive agora escapolindo entre um sorriso e outro. Tanto sentimento atropelou até os pontos: começo a escrever e não consigo mais parar.
Pausa.
Não ando muito bem pra escrever. É.... suspiros demais, pensamentos soltos demais, planos demais, sorrisos demais... que só a gente entende. Amor demais, isso sim."

23 de maio de 2009

E se a estrada sumisse no sem tempo da nossa sincronia, o dia em mil partes confeitadas se desfaria...

28 de abril de 2009

Goddamn son of a bitch! x)

19 de abril de 2009

"Talvez não fizesse mesmo idéia de como é se sentir completamente desvirada. Como se alguém tivesse enfiado as mãos dentro de sua alma, só para arrancar um pedaço grande daquilo que ela sempre guardou secretamente. Mas talvez ele não soubesse disso.
E o que vale a pena, se não o amor, é a dor desenfreada que ela atira contra o próprio corpo na esperança de ficar imune à palavras pela metade. E acredite, tudo o que ela tentou por horas foi encontrar uma maneira simples de dizer como esse pedaço grande que lhe arrancaram, tem lhe feito falta. Ela sabe disso, pois acorda de madrugada com todas as coisas que queria dizer na ponta da língua. E mal consegue pegar no sono com tantas idéias gritando em sua cabeça, tentando a convencer de que dizer tudo isso para ele seria como enfiar não só uma mão no fogo, mas as duas de uma vez. E assim, mesmo que chorasse um oceano, não poderia apagar o fogo que tomaria conta de seu corpo inteiro.
De que adianta o dizer como se sente com tanto sentimento implodindo dentro dela? Aliás, do que adianta falar mais uma vez sobre a chuva que não caiu, sobre o mar que não secou e sobre o verde da grama? E eu sei que pode parecer estranho, mas é isso o que ela quer. Quer ficar de pé na frente dele, o olhar com toda a profundidade que tem e depois tocá-lo. E quando eu digo 'tocar' quero dizer apenas ' tocar' mesmo. Definitivamente sentir.E quanto à ele, as incertezas continuam fazendo do amanhã obra do acaso. Mas afinal, será que ele não sabe que o amanhã não chega sem o hoje? E o que ele vai dizer depois querendo compensar o tempo perdido?
Porque de qualquer forma, os dias continuam passando, os aviões continuam decolando, e os sonhos continuam nascendo."
Para quando tu for embora de mim eu guardei um tom lilás de mudança - qualquer coisa entre o azul e o vermelho, nem feliz nem triste, calmo. Tranquilo. Eu guardei uma paz sutil como a lucidez que se insinua cuidadosa entre as pulsações de um coração agressivamente cego, coração ferrão de vespa que investe, fere, se deixa ficar e nem sabe que é ela a causa e o efeito da própria dor. Eu não tenho mais sonhos de vidro, os deixei por aí - para que, quando tu for embora de mim, eu não mais fira os meu dedos com tantos cacos. Eu guardei, para quando tu for embora, um sorriso intacto, de mim para mim, desmemoriado, de existência presente e egoisticamente apenas minha - que o que passou não existe mais; eu guardei, em algum lugar entre o azul e o vermelho da mudança lilás derramada sobre o dia, um instante que me revelaria ao pé do ouvido quando tu já não estivesse aqui, e hoje eu ouço esse sussurro suave e lento feito canção.
Para quando tu for embora de mim eu me guardei, inteira.

17 de abril de 2009

...And in this perfect weather
We'll find a place together
Fly on my wing...

16 de abril de 2009

Segue em linha reta até onde a rua acaba
Segue em linha reta até quando a linha é curva
Não dorme ainda, espera pra chegar até o final
Que é pra não se perder, porque eu já me perdi

Segue em linha reta para onde a luz aponta
Segue em linha reta e esquece essa distância
Amanhã quero acordar e me perder um pouco mais
Porque eu já esqueci como é

Já não esperava mais nada depois da quarta feira
Já contava os dias pra chegar o fim da semana
E assim, de tanto não esperar, apareceu
Ah... Você até merece um poema

Quinta-feira é dia de nada
Não tem futebol na TV, não tem festa,
Não é início de semana, nem final
Era pra ser só o dia que antecede a sexta

Já não esperava mais nada depois de ontem
Já contava os dias pra chegar o fim do mês
E assim, de tanto não esperar, tu apareceu
Ah... Você vai virar poema.
Eu não me espanto com quase nada nessa vida. Mas ainda me espanto com essas novidades que não respeitam geografia e ultrapassam os circuitos eletrônicos e cerebrais para se estatelarem nos sentimentos, mesmo sabendo que sentimento é naturalmente wireless - vai e vem num fluxo desordenado que desafia a gente e faz inusitados pontos de acesso sintonizarem na mesma frequencia, isso eu sei. Porém, pense comigo: nessa faixa estreita que afina a frequencia entre transmissor e receptor, quando devidamente sincronizados, o resultado é a manutenção de um unico canal lógico, certo? Um unico canal lógico. Lógico?
Olhe bem aí para o seu monitor. O que voce vê? Eu vejo o seu rosto colorido, pontilhado de infinitos pixels e me custa crer, me custa crer que é tamanha a distância, é um espanto. É dificil ser blasé quando o mundo fica pequeno até caber num www para se espalhar nessa tal de banda larga e, mesmo assim, ainda continuar a ser esse mundão grande de Deoz. Antes, digital tinha o tamanho das pontas dos dedos; hoje, os dedos não cabem mais nas nossas mãos, os dedos criaram olhos e pés que se emaranham alucucinados por entre os zeros e uns dessa selva binária. Agora me diga, o mundo ficou maior ou menor?
Olhe bem aí para o seu monitor. Você me vê? A resposta é: não. O que você vê é uma projeção espectral que alguem inventou para a gente acreditar que não está tão só. O que você vê não respira e não tem cheiro, não sonha e não dá risada. O que você vê, o que você lê, são os pensamentos convertidos na estética frieza desses signos gráficos, um pobre esboço de mim aí nesse quadradinho no canto da sua tela - por maior e melhor que seja a sua resolução. Os meus olhos são cristal líquido distinto do LCD. Portanto, me dê licença de fechar essa janelinha em plano americano e de desconectar essa falta que nos faz um pouco menos de tecnologia, e vem cá me ver - em carne, osso e algo mais. Porque eu não consigo raciocinar em bits e bytes, e o meu coração ainda faz tumtum.

9 de abril de 2009

A fila anda, mas não empurra que é pior.

6 de abril de 2009

"Passou horas escrevendo uma carta de amor que seria sua obra-prima. Rasgou-a depois de pronta. Nunca seria boa o bastante tendo demorado tanto para ficar pronta."

26 de março de 2009

"Ele surgiu na minha vida como um furacão, invadiu meu quarto roxo, jogou meus ursos de pelúcia no chão e colocou em minhas prateleiras seus discos e livros. Apoderou-se da minha cama, dos meus lábios e do meu corpo...Tirava-me o fôlego ao beijar minha nuca, ouvia suas palavras como trovão ecoando em meu peito, tratava-me como sua menina, sua amante, sua mulher...Decifrava meus meandros e meus desejos como nem eu o faria. E eu, entregue, dava-lhe minha mão e permitia que ele me conduzisse pelos seus caminhos ensolarados.
Talvez ele tenha me encontrado mais frágil do que nunca, talvez eu não tivesse o discernimento dos sábios ou nunca antes tivesse sofrido por amor. O fato é que entreguei-me, e o fiz como nunca antes para homem nenhum. Ele chegou sem pedir licença e roubou meu coração, o guardou em seu bolso e, um dia, saiu pela porta da mesma forma que entrou. Sem avisos, sem prelúdios, sem explicações..."

22 de março de 2009

" Não sou mulher de um homem só. Sempre busquei no perfume de outras bocas e nos fluidos de outros corpos respostas que me explicassem. Tu sabes, nunca escondi a verdade.
Não aposte todas suas fichas em mim e nem queira pagar para ver quais cartas trago nas mãos. Eu sou o mais puro blefe, querido. O coringa que antecede a batida.
Entenda: não quero compromisso. Ser livre é a minha lei. Não queira burlar as regras, não as minhas. Não busco um homem para chamar de meu, e apesar de já ter feito o papel de boa moça para alguns, me falta vocação – não tenho mais estômago e o talento é mínimo.
Até entendo sua expectativa, eu também já senti coisa parecida. Mas sinto estragar seus planos, não serei sua exclusividade. Esqueça a idéia de me apresentar aos amigos, de marcar programas em família. É como pedir para que eu vá embora para sempre.
Tu sabe dos homens que me bajulam. Mas confesso que nunca antes, nenhum outro me propôs compromisso. Nunca um elo que não o sexual. Sempre viram em mim o descompromisso do dia seguinte. Você sabe que essas aventuras me atraem, não vou ser hipócrita e dizer que são todos uns aproveitadores. Sou conivente com o crime. Mas o seu gesto, comparado a todos os demais, me tocou. De verdade. Não pensava mais que pudesse despertar isto em alguém. Desaprendi a lidar com essas coisas. Sentimentos, você sabe do que falo.
Porém, quando sentir saudades me procure. E prometa continuar sendo aquele louco que conheci - que só pensava em sexo e desejava o descompromisso do dia seguinte. Enquanto esse dia não chega, vou ficando com os efeitos que a ausência do seu corpo causa ao meu. "

15 de março de 2009

"O que não nos mata nos fortalece. Das verdades relativas, talvez seja essa a mais pródiga em polimentos auto-sujestionantes nem sempre condizentes com a complexidade dos fatos ao menos com aqueles relacionados às pequenas mortes disfarçadas do dia-a-dia, dessas que nos roem os ossos com tanta sutileza que mal deixam entrever que, em pouco tempo, não haverá sobrado muita coisa para fortalecer. Pequenas mortes são persuasivas e dissimuladas, é difícil lhes dizer. Pegam-nos desprevenidos, talvez porque surjam das pequenas dores cotidianas para as quais raramente estamos preparados, tão ocupados somos sempre em nos blindar seletivamente para sofrimentos gigantescos, lancinantes. Pequenas mortes nos interceptam pelas frestas abertas em nossas frágeis armaduras de isolamento emocional e, nos espaços deixados por entre os reveses da vida, vão se entalhando, se infiltrando no inconsciente até se tornarem um estilo de viver ou de quase-viver. Porque pequenas mortes aprisionam justamente o que caracteriza a vida em sua acepção menos fisiológica, porém mais importante: ter ou buscar um motivo lúcido pelo qual seguir vivendo. Pequenas mortes têm mãos geladas que nos esmorecem os ímpetos do espírito e nos fazem reféns de nosso próprio medo - medo de sentir, medo de sofrer, medo. Medo.
Pequenas mortes são paradoxais- insidiosas, morre-se de dentro para fora. Testam os limites do coração, desafiam a perseverança humana em se permitir acreditar que ainda vale a pena acreditar, mesmo sem saber exatamente em quê. Tolhem o livre arbítrio dos nossos sentimentos, porque pequenas mortes são egoisticamente racionais: se não há o que sentir, não há pelo que sofrer, e já se sofreu tanto nessa vida, qual o sentido em sofrer mais, não é mesmo? Trancamos-nos em esquifes de ceticismo indiferente e seguimos assim, no piloto automático, levando. Apenas levando. Simplesmente porque é mais fácil embora, na verdade, o mais fácil seja indiscutivelmente o mais difícil.
E apesar de tudo algumas dessas pequenas mortes, por incrível que pareça, podem ser a tábua de salvação capaz de nos resgatar da castração emocional imposta pelo medo do sofrimento. A capacidade de sentir talvez seja a moeda mais real nesse mundo de valores a cada dia mais irreais, e alguns sofrimentos são inevitáveis e até mesmo necessários para que não nos desumanizemos por completo. São as pequenas coisas que fazem a vida doer, mas a dor existe para gritar que algo não vai bem e, certas horas, para matar a dor, é preciso morrer com ela. E são essas, as pequenas mortes deliberadas no intuito de matar o que nos faz morrer, os ritos de passagem que proporcionam os grandes renascimentos pessoais. São essas as pequenas mortes que podem salvar uma vida - aquela vida que, muitas vezes, nem lembramos que ainda temos."

13 de março de 2009

Com determinada frequência que não sei precisar qual, tenho uma vontade - quase uma necessidade - avassaladora de mudar tudo radicalmente. Arrancar, rasgar, queimar e ver descer descarga abaixo as páginas já escritas de uma vida que não vivo, apenas presencio. Porque há machucados que não se curam, não cicatrizam. E, machucados, cada um entende dos seus. As minhas cascas coçam e as unhas machucam a tentativa de alívio.
-
Porque hoje me peguei pensando em coisas velhas que já passaram mas que voltaram recentemente e incomodaram um pouco meu sono... aconteceu que finalmente percebi o quanto fui idiota e o quanto deixo que as pessoas me façam de idiota. Mas, nada como se dar conta das coisas e mudar de atitude né? Eu gosto dessas epifanias, na hora sempre tenho vontade de morrer mas depois vejo que são elas que me fazem evoluir.

9 de março de 2009

Ela não entendia as teorias sobre jardins e borboletas. Achava aquilo uma baboseira na verdade. Talvez nunca conseguisse compreender o que aquilo queria dizer, se dissesse alguma coisa. Da mesma maneira que não compreendia, talvez nunca amasse. Sim, gostava dos beijos, das noites, da maneira como a lua sempre aparecia nos momentos de silêncio, mas não conseguia amar quase nada. Amava falar com casos antigos que já estavam rumo à Viena, amava seus tédios nos quartos. Amava as músicas que faziam sofrer os ouvidos. Amava seus sonhos. Ah, isso ela amava, de maneira egoísta até. Mas amava, verdadeiramente. Talvez essa fosse sua sina. Amar sonhos, e mais nada.

8 de março de 2009

acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz

7 de março de 2009

Na verdade, na cara de pau, numa expressão clara de capa de livro velho, o que eu quero mesmo é te deixar falando, e repetindo, e questionando, e discutindo, pra ver se entende, pra ver se descobre, por fim, o que é que eu vivi das coisas que você não sabe.
Posso falar. Posso te pegar no pulo, na certeza, na mesma cara falida de prepotência, de insaciedade. Para ver sair dos teus olhos sujeiras que não possam ser varridas. E, escute; eu nem te quero escondido. Pode ficar aí, aí onde você pensa ser seu refúgio. Eu te vejo emparedado, petrificado, num sorriso pronto e programado para dias como estes. Só porque acha, suspeita, lá no fundo sente, que eu vou aparecer também. No meio da multidão que ferve, que queima quase tanto como eu. Que de cinzas frias não vivo mais nem por uma hora. Que de pueira de passado, não me faço mais vulnerável ao vento.
E você vai saber. Vai descobrir, também sem vergonha na cara, que o que me pulsa, o que me põe de pé, não é a claridade das coisas possíveis de serem ditas. Mas a imundice do que não precisa ser explicado.

3 de março de 2009


E se o futuro for apenas uma ilusão?
Pior! E se ele for o passado ao contrário?
Viver como carangueijo ou quebrar este espelho que chamamos de realidade?
*entende, né?*

25 de fevereiro de 2009

"A paixão é tal e qual um remédio tarja-preta.
E dizer isso não é desmerecer a paixão, nem tentar fazê-la parecer menos saudável e necessária. Mas é verdade que paixão vicia. Vicia tanto que ninguém sabe o que fazer quando, de repente, percebe que a cartela está vazia porque o miraculoso e costumeiro comprimidinho acabou no dia anterior.
É exatamente como um tarja-preta: doses individualizadas, porque há quem não tolere altos teores da substância assim, de supetão, circulando pelo organismo; diferentes formas de apresentação pois, enquanto algumas pessoas são capazes de engolir cápsulas e drágeas numa boa, outras precisam beber soluções, xaropes e emulsões, gota a gota ou de colherinha, e existe quem só funcione com a droga lançada sem delongas na corrente sanguínea, direto na veia. E os efeitos colaterais, ah, os inevitáveis efeitos colaterais: boca seca, sudorese profusa, tremores, visão turva, perda de apetite, rubores, vertigens, palpitações, fala embotada, insônia, episódios febris, delírios. Sintomas às vezes incômodos, fora de hora, de um descabimento homérico e transtornante, sem falar no perigo iminente da dependência – mas o remédio é dos bons, deixa a gente mais leve e disposta, vale a pena correr os riscos.
A paixão é, ao mesmo tempo, antidepressiva e ansiolítica, e os efeitos são imediatos. A pele fica mais viçosa, a circulação mais eficiente, o humor menos lábil, a libido mais aguçada, o raciocínio mais rápido, a gente agradece aos céus o bendito “doutorzinho” – ou “inha” – que acertou em cheio no tratamento, e não abre mão da abençoada prescrição por nada nesse mundo. Mas a “paixonina” é ainda mais psicotrópica que a mais potente das anfetaminas: circula livremente pelo organismo e estabelece circuitos de reentrada nos sistemas nervoso e cardiovascular sem sofrer a ação de nenhum mecanismo inibitório, e não há sistema de depuração enzimática que seja capaz de clivar as suas moléculas. É fácil se intoxicar de paixão. Difícil é distinguir com precisão o limite entre o terapêutico e o patológico. Não há antídoto contra a paixonina. O único expurgo cabível é o tempo, mestre na arte de eliminar os excessos e ressacas de paixões tumultuadas e inadvertidamente exacerbadas. É sentar, segurar a cabeça – e o coração – entre as mãos e esperar passar.
E passa. Mas há que se reconhecer a dependência e, sobretudo, há que se ter vontade e disciplina para lutar contra ela, pois as recaídas são freqüentes, massacrantes e terrivelmente… apaixonadas. É um longo e penoso caminho até que o dependente se torne definitivamente capaz de dizer “estou limpo”. Só por hoje, ao menos por hoje, ainda hoje limpo. A paixão se parece deveras com um remédio tarja-preta. É bom, é ótimo ter paixão circulante no sangue – em níveis séricos aceitáveis pelo Ministério da Saúde Sentimental. A gente tem que sorvê-la em doses quase homeopáticas, mas sempre bate aquele frisson de tomar o frasco todo pra curtir o barato lisérgico das paixões cavalares. Overdoses de paixão são tão fascinantes quanto constantes - talvez pelo medo de seguir à risca as recomendações e sentir, como resultado único, apenas uma coceirinha morna e desmilingüida no meio do peito. E aí a gente continua embarcando nessa viagem, sem moderação, sem preocupação. Até terminar o frasco e descobrir, num pasmo atônito, que o efeito passou e a receita se perdeu."


- só porque quando perco o tarja preta, abuso de antilágrimas x)

24 de fevereiro de 2009

Já encontrei o homem da minha vida. O problema é que eu não sou a pequena da vida dele. E isso é tão, mas tão óbvio que eu nem tento convencê-lo do contrário.
=)

23 de fevereiro de 2009

...inclusive amor

Mamãe saiu e deixou-me 3 pedaços de pizza e uma lista incontável de necessidades...

"Venha me pegar, pequeno bandido, porque eu já cansei de esperar do outro lado do muro, que você venha roubar a tranquilidade pagã das minhas manhãs calmas. Meu espirito e toda a minha lucidez me obrigam a pensar em ti como naqueles filmes estrangeiros que só passam depois das 11, reprisados na madrugada frívola de carnaval. Venha me buscar, porque a noite vem contrária. Porque meu corpo e o teu olhar de malfeitor seduzem as unhas pintadas de vermelho. Levam-me direto para as tuas costas, direto para você. E se ainda é cedo para respirar ou ameaçar falta de educação, que o tempo acabe no último minuto. Que não reste nada além de horas que já se esgotaram. Venha agora. Venha também para aquecer a extremidade física do meu querer determinado, que tanto esteve machucado, que tanto buscou ser algo além de puro e preciso sentimento incontrolável. Venha me pegar, me botar no lugar onde tua loucura é a racionalidade dos que possuem frio. Porque o valor, o peso e a densidade dos cortes nas minhas pernas, proporciam a temperatura capaz de te manter em pé. E porque não somos aliados às inconstâncias vagarosas que só caem quando o tempo é bom. E ainda costumam dizer que nos apressamos para mergulhar em mares fundos, quando as pedras estão na margem. E se é o perigo que te faz me ouvir, se é o risco que liberta meu tormento não mais atormentado, destruo uma por uma as razões para ficarmos onde estamos.
Venha me pegar, desdobrar, me revirar. Porque não existem porquês possíveis de serem respondidos. É apenas o teu corpo e o meu na palma da mão do mundo. E, mesmo assim, alucinados e vagabundos, estamos em extinção."

18 de fevereiro de 2009

"Eu não sei de onde saiu você, nem em que momento eu comecei a criar em você a figura de alguém que pode me completar. Alguém tão simples, que vive falando um monte de besteiras e é feliz assim! E nada mais importa.

Não nego, você tem me tirado o sono, o sossêgo, o apetite. Você é uma faísca que sai de mim, meu melhor verso, meu refrão, minha insônia sossegada, meu rímel borrado, o cheiro do meu suor, minha pele arrepiada, minha constante embriaguez...

Verborragias e clichês à parte, eu não consigo esconder o que sinto, apesar de não gostar do que é tão óbvio, depois de um tempo, de declarações implícitas e carícias escondidas, você me desconcertou e te amo descaradamente."

11 de fevereiro de 2009

Desculpe, foi engano

-Alô?!
-Oi. Quem fala?
-Quer falar com quem?
-Quem é?
-Olha, você me ligou. Quer falar com quem?
-Com você.
-E quem é você?
-Não vale a pena dizer. Só queria falar com alguém. Com você.
-Ok, já falou. Até mais.
-Não desl...
O telefone voltou a tocar, olhei: novamente, número não identificado. Não atendi. Precisava terminar de escrever. A chuva forte despencando do lado de fora era um convite tentador ao ócio; o telefone, se esgoelando sem parar, ajudava a tirar o pouco de concentração que me restava. Depois da enésima ligação atendi, contrariadíssima, e não disse nada. Esperei. Ele falava em voz baixa e, dessa vez, parecia meio constrangido pela insistência.
-Desculpa. Você não me conhece, eu não te conheço. Disquei ao acaso, você atendeu. Preciso falar com você, por favor, não desliga. Vou me matar daqui a pouco e preciso conversar com alguém.
Ótimo. Um lunático na minha linha no meio da madrugada. Na melhor das hipóteses, um desocupado. Passada a surpresa do primeiro instante e cumprido o inevitável caminho susto-perplexidade-indignação-só-me-faltava-essa, respondi com meu habitual respeito pelas duas condições:
-Você bebeu?
-Pareço bêbado?
-Ok. Você cheirou? Sem ofensas.
Ele riu.
-Você é sempre assim?
-Assim?
-Assim meio sarcástica. Sem ofensas.
-Ah, não, não. Só quando desconhecidos com idéias suicidas me telefonam no meio da noite. Sabe como é, instinto.
-Você parece ser legal.
-Você fala demais para quem vai se matar.
-Quantos suicidas conhece? Quero dizer, conheceu?
-Nenhum.
-Como pode saber se falam muito ou se falam pouco?
-Como posso saber se vai mesmo se matar ou se é um esquizofrênico a fim de "suicidar" o próprio tédio e a minha noite também?
Silêncio. Do lado de fora, só chuva. Silêncio e chuva, ambos caudalosos. Quase desliguei, ele tornou a falar.
-O que é a vida para você?
-O que é a morte para você?
-Perguntei primeiro.
-Tanta coisa. Nascer, crescer, reproduzir, passando por todos os intermediários. Talvez
-Dá para ser mais clara?
-Comer, beber, beijar, brigar, ter dor de barriga, arrumar um emprego, pagar contas. Cair da goiabeira e ficar com uma cicatriz no joelho, sexo por amor, sexo sem prazer, fazer dieta, sabotar a dieta, tomar uma cerveja gelada num dia quente, tanta coisa, tanto faz, eu não sei. Não me interessa o que é a vida para mim. Interessa o que é a vida para você. É você quem vai se matar.
-Não quero. Vou.
-Ok, é você quem vai se matar.
-Isso.
Silêncio. Para mim ainda parecia trote mas, de repente, começou a me incomodar mesmo a possibilidade de que aquele sujeito fosse realmente se suicidar. Não sei se o incomodo era saldo da proximidade da vida ou da morte dele; o fato é que de repente aquilo ficou muito desconfortável, principalmente porque eu não fazia idéia de quem era o fulano que me escolhera como ouvinte das suas – até prova em contrário- ultimas palavras. Ele parecia tão próximo. Talvez estivesse esperando que eu dissesse “não faça isso” ou coisa parecida, ou algum tipo de discurso sobre como a vida é bela e a morte é negra, mas o insólito da situação tirara de orbita minha capacidade de raciocínio lógico. Ainda assim, foi minha vez de quebrar o gelo.
-E afinal, vai se matar por quê?
-Pensei que não fosse perguntar
-Não ia. Perguntei porque acabou o assunto.
-E por que não desligou?
-Prefere que eu desligue?
-Você é estranha.
-Você ainda não viu nada.
-Não vejo sentido em continuar vivendo.
-Hã?
-Não vejo sentido em continuar vivendo.
-Isso é clichê. Não acredito que vai se matar por um clichê.
-A vida é um clichê.
-Não acredito que vai se matar por um clichê.
-No que você acredita?
-Agora? Acredito que você deve estar doidão.
-Não me mataria se estivesse doidão. Poderia me arrepender depois.
-É, poderia.
-Sua voz é bonita. Você deve ser bonita. Já pensou em se matar?
-A bola da vez é a sua morte, não a minha.
-Pensou, não pensou?
-Sei lá, todo mundo pensa nisso uma vez na vida.
-Por que não se matou?
-Porque não queria morrer de verdade. E acho que você também não quer. Quem quer -morrer não fica de conversa fiada ao telefone.
-Uma contradição.
-Quê?
-A vida. É uma contradição. A gente nunca sabe mesmo quando esta vido e quando já esta morto.
-Não prefere falar de amenidade? Sei lá, filmes. Batman. Você viu o Batman?
-Não gosta de falar disso, não é?
-Estou tentando te distrair. Sei lá, pra você ter uma pré-morte mais legal. Alías, como pretende, desculpe, como vai se matar?
-Você vai saber. Leia nos jornais amanhã.
-Por que me ligou, afinal?
-Precisava falar com alguém. Fico feliz que tenha sido você. Se não fosse me matar, te convidaria para um cinema, ou para uma cerveja. Enfim, fica para a próxima. Vou nessa, se cuide. Obrigado pela conversa.
Ele desligou. Só ele. Eu fiquei subitamente atônita, com o telefone na mão. Não podia retornar a ligação, não podia nada a não ser esperar. Esperar. Esperar. Esperar. A madrugada passou lenta, se arrastando, eu rolando na cama, com o telefone na mão. Sempre com o telefone na mão. No dia seguinte devorei os noticiários e jornais em busca de algum sinal: nada. Uma semana mais tarde encontraram o corpo de um homem boiando no rio, sem marcas de violência ou qualquer outro indicativo de homicídio – segundo as informações, provavelmente o homem se suicidada. Não me contive: chorei. Depois disso a vida quase voltou ao normal. Quase, pois eu não conseguia esquecer o telefonema nem me convencer de que, mesmo que quisesse, eu não poderia ter impedido – cada pessoa segue seu próprio destino: o meu era atender a um telefonema, o dele terminara naquele leito de rio. “Você parece legal”, eu me sentia péssima, de qualquer jeito.
Voltei a escrever e tentei esquecer o episódio, embora volta e meia ele me voltasse a memória. E, numa noite em que as nuvens anunciavam uma chuva tão torrencial quanto a da noite em que ele telefonara, ouvi o toque insistente da campainha. “Algum chato”, pensei, enquanto me encaminhava para a porta e espiava através do olho mágico. Não havia ninguém. Entreabri a porta com cuidado e olhei através da pequena fresta: nada, a não ser um pequeno envelope pardo depositado sobre o batente da porta. Apanhei-o e me tranquei em casa novamente e, ainda de pé junto a entrada, rasguei uma das bordas, verifiquei o conteúdo e senti o coração bater de alivio e de felicidade – como tinha me encontrado? Não importava: eram duas entradas para o cinema, a última sessão daquela noite. E um bilhete: “desculpe, foi engano.”