29 de agosto de 2009

"Tu passa dias se lamentando, buscando histórias pra te consolar. Reler as mensagens gravadas no celular, olha todas as conversas guardadas no MSN, escreve textos provocativos. Tudo gira em torno de só um objetivo: Uma nova ilusão.
Te entregue apenas aquilo que realmente te pertence. Nunca somos 100% vítimas de tudo e nem 100% culpados. Ser enganada por um pseudo–apaixonado é a coisa mais normal que existe (se existir o normal). Mais normal ainda é tu acreditar nele e pior , culpa–lo por todas as suas dores. Ninguém colocou vendas nos teus olhos sem que tu percebesse, em algum momento, em fração de segundos a verdade apareceu e tu optou em deixá-la de lado, por que ser enganada já estava de bom tamanho e acordar seria árduo.
Nos iludimos no meio de tantas qualidades. Mas veja, quem na primeira conversa vai dizer : “Oi? Tudo bem? Prazer em te conhecer, eu sou estúpido e você?". Saímos pela tangente da razão e seguimos com aquela venda nos olhos e no coração. Culpamos um alguém por não ser quem idealizamos, quando no fundo, nem ele sabe quem ele é ou você não permitiu que ele fosse."

25 de agosto de 2009

"Eu sou do tipo de pessoa que adora relacionar arroz com chocolate, por motivos loucos e imagináveis. Hoje vim falar sobre vagas de carros, estacionamentos, e na verdade apenas para falar de amor. O que nos trás felicidade sem igual deixando a vida completa, por um simples segundo, ou durante até a vida de seu lindo e eu espero, bom carro.
Há vagas que tu corre, acelera e quando vê o amigo do carro da frente já pegou. É tipo o menininho lindo do quarto ano, que tu sonha esbarrar nele no corredor, entre a cantina e o pátio.
Há vagas que são perto do teu ideal, perto da porta do shopping algo bem acessível ainda mais pra quem espera fazer compras. Porém amigo, ela é pra deficientes. É como aquele cara lindo na balada, tu paquera entre olhares e mexidas de cabelo, e quando chega perto é o tipo de pessoa que tu poderia dormir sem conhecê-la.
Amores de internet, que são aqueles amores limitados, entre uma web cam e um teclado. O tipo de vaga, que você ainda tem que calcular pra ver se teu carro cabe.
Às vezes tu precisa colocar seu carro na zona azul, até encontrar aquela vaguinha te esperando perto do trabalho onde está lotada com carros parados esperando vagas no sol do meio dia. Esse tipo de vaga são as que mais te fazem crescer, te fazem pagar um real pra permanecer. Como aqueles rapazes que vêem apenas pra ser algo temporário, algo que não chaga a nada, é apenas algo que te fará esperar algo melhor, é uma ponte de acesso.
Porém as vezes tu acha a vaga um tanto inadequada e quando se dá conta, é apenas aquela que está justa, certa, pra ti é aquela vaga onde estacionará teu carro por muito tempo. Algo diário."

23 de agosto de 2009

"Não se sinta capaz de enganar quem não engana a si mesmo."

21 de agosto de 2009

"Não quero mais medir tuas decepções e peneirar as tuas expressões, para ver se te acho inteiro. Mas parece que você insiste em continuar no meu quarto, e que quando abrir um livro, lhe verei me encarando com teu ar blasé. Você diria: 'O que eu posso fazer, baby? O que eu deveria ter feito?' Mas é tarde demais. Eu não acredito mais em você. Então pare de beliscar as bordas do meu coração. Coloque tuas idéias fracas no devido lugar, por favor. Aceite a parte que lhe resta e o preço por ter se calado enquanto eu te chamava, e vá embora de vez. Coloque as palavras covardes no devido lugar e, por favor, desvie teus olhos de mim.Eu tive que reciclar pensamentos, sentimentos, lembranças e poemas para me livrar da tua ausência. Mudei o caminho para não me encontrar com a tua confusão. E depois de horas, dias, semamas e meses de espera transformada em textos viscerais, larguei as cartas no banco de trás. Me desfiz de laços, abraços, descosturei emoçõezinhas e deletei tuas frases do meu diário. Desfiz.Parei de te olhar para não me ver olhando você. Parei de te olhar para não te ver cego, sumido, escondido; dizendo que tem medo e que é covarde. Parei. Eu acelerei o motor, apaguei fogo com gasolina e rasguei a minha boca grudada na tua, para não sentir-me congelar com o espasmo da tua despedida. Finalmente.Eu poderia ter te amado para sempre e poderia te desejar ao meu lado até que o meu coração saísse inteiro do meu corpo. Mas há sempre o momento para isso ou aquilo, e houve, enfim, o momento para pintar de branco o teu sorriso na minha fotografia. Então, querido, não venha agora cobrar a minha presença em teu olhar, se foi a tua ausência que me fez sentir, rasgar e partir."

13 de agosto de 2009

"E só de ler teu nome, eu já fico arrepiada. Um tipo de doença talvez, ou um espírito que sempre passa por mim ao tocar em teu nome. Não consigo mover isso pra trás, e às vezes parece que eu escrevo uma historia em cima da tua, e quando eu vejo: tu ainda está lá, firme e forte, dominando minha cabeça, e quem sou eu para não afirmar que outros membros involuntários também.Você é a minha doença, e a minha cura.Você é o meu problema e a minha solução imediata. E cada vez mais eu vejo que eu só preciso de você, porque se você quiser o meu mundo é seu."

11 de agosto de 2009

Por que no fim sempre acaba e corre o risco de ser você a juntar seus pedaços pelo chão. Ou então, ser o responsável pelo estrago todo. Não sei o que é pior. Já estive dos dois lados e não sei. Prefiro agora não saber mais.

10 de agosto de 2009

"Eu ouço a última frase fechar silenciosa a porta e caminhar sozinha rua abaixo, ainda meio atordoada por se saber inútil. Não tive coragem de dizê-la. A mim, parece ser meu coração pulsando na ponta da língua que evito pronunciar, prefiro deixar meu coração em segredo. E, das coisas todas que eu disse até aqui, nenhuma me revela tanto quanto essa omissão, que então me torna uma incógnita como o tal raio que não cai duas vezes no mesmo lugar e veja só, ele cai. Mas a frase, essa se foi sem beijo nem insistência, se foi apática e vagarosa, quase autômata, eu era uma sua desconhecida e era impossível nos reconhecermos, nós que alguns poucos momentos antes ainda nos pertencíamos. Ela não cabia, não cabe, na minha voz - a minha voz tampouco cabe no seu sentido, eu não me encaixo mais porque se dissipou de mim a tal da idéia, e o fez com uma velocidade inesperada como esse vento quente que sopra do lado de fora e corta ao meio a rigidez do inverno. Da última vez que lhe escrevi fazia um vento assim, não sei se você se recorda - e as palavras se balançavam alvoroçadas nos meus cílios fingindo-se de borboletas, que as palavras criam asas, sim, e frágeis nascem e frágeis morrem, e inocentes se atiram em vôos cegos, as minhas, cílios pesados de verbo eu sempre tive. Olhos verborrágicos. Meio por insolência, meio por descuido. Mas não é disso que falo hoje, eu hoje não falo nada. Eu hoje chão, calçada, jardim, almoço, varal, música, fé, ponta de pé, corpo de bailarina assim no espaço solto, palavra deixo ir que não me pertence. Não essa. Ou aquela; não aquela. E já não é coragem que me falta, é coragem que cultivo. Prefiro deixar meu coração em segredo."

4 de agosto de 2009

Além da dor as paredes hão de descobrir o que há entre mim e o montículo do futuro que prepara minha vida. Porque o tempo não se esvai jamais; o que acaba é a minha vontade de captar esperança entre os ponteiros que nada me indicam assim que meus olhos são vãos à paisagem.
Porque na verdade um som qualquer sabe dizer muito mais que a minha voz e o que hoje, eu tenho profundamente vontade de dizer. É exatamente na aturbulação que a mudez afina sua condição à mim, ainda que eu resista, não adianta dizer 'não'. Além da dor desse dia, não há paredes pra me esconder e abafar o chôro que hoje não saiu, e não há esperança nem ponteiros suficientes pra indicar um quadro específico de mim. E assim, uma figura entrecortada da realidade para eu mesma é o vínculo mais puro e sublime do que hoje, só hoje, eu tenho certeza que existe.
Hoje deixei o cigarro queimar-se vagarosamente. A tempestade veio intensa, sem aviso. Delineando um princípio de racionalidade entre sentir sua falta e buscá-la de volta para meus braços, me perco num abismo sem sentido. Ouço nossa música, cheiro teu odor ainda deixado dentre resquícios materiais. Num caminho errante, perco tempo permitindo-me chorar tua ausência. Vago só moldando sonhos entristecidos. Pairo trêmula com o peito ditando sua devida fraqueza. Hoje sou pranto incerto. Hoje sou intenção sintetizada pelo equívoco. Hoje sou o seu pulsar que eu mesma matei.

3 de agosto de 2009

Eu tomo o último ônibus
que vai me tirar daqui e me levar até você
Está um pouco frio aqui dentro
e não tem mais ninguém aqui
Eu ainda penso nas coisas
que eu te disse nos nossos melhores dias,
que você estaria melhor sem mim do que comigo.

E se você soubesse como foi o meu último dia
você poderia então conversar comigo como de costume

Venha ao meu encontro
quando eu te deixar,
pois eu vou ficar lá pra sempre
e te escrever quando der.

No seu quarto a luz ainda queima,
parece que você pode enxergar longe
Você pensa em mim e quando o telefone toca você espera que seja eu ligando
Eu não estou aí pra poder te dizer que sinto muito,
já que eu não mereço mais
que você me perdoe

E nada agora mais vai ser
como era antes
por isso que eu devo esquecer logo
como é o seu beijo


Letzte Bahn - Silbermond

1 de agosto de 2009

com o tempo a gente esquece...

"Com o tempo a gente esquece que a toalha molhada sobre a cama deixou úmido o lençol recém-trocado e se lembra de como foi delicioso tomar um banho demorado depois do dia mais cansativo da semana, porque a toalha molhada sobre a cama é apenas e tão somente uma toalha molhada sobre a cama. Com o tempo a gente esquece a janela aberta, e a porta fica apenas encostada – e por aí vão entrando novas idéias e saindo posturas viciosas, que é preciso mesmo arejar os ambientes e tirar o mofo da vida. A gente esquece as chaves no bolso e desiste de trancar o riso. E, às vezes, também se esquece de lembrar o próprio nome e passa a se chamar Passarinho, Correnteza ou Ventania. Ou Céu.
Com o tempo a gente esquece a reserva que fez no restaurante e passa a tarde no quintal chupando fruta do pé. Com o tempo a gente se esquece de como é que se fuma, e de como é que se bebe, e respira fundo a sobriedade de estar com a cabeça fresca e o corpo pronto para o que der e vier. A gente esquece que acabou a margarina e que faltou sal no feijão, a gente esquece que adoçou o café com açúcar ao invés de adoçante, a gente esquece que o arroz cozinhou demais – e dá de ombros porque nem dá nada passar um dia sem margarina, e sal demais aumenta a pressão, e comer açúcar uma vez na vida não vai fazer disparar o ponteiro da balança, e qual o problema de comer arroz um pouco mais molinho? Com o tempo a gente se esquece de ligar o celular, a tevê e o computador – e dá vontade de encontrar alguém pra jogar conversa fora ou de ficar em casa com o corpo largado no sofá e os pés sobre a mesa, curtindo um abraço e uma caneca de chocolate quente. A gente esquece o guarda-chuva em cima da mesa da cozinha e vê que bom mesmo é sacar fora os sapatos e se enfiar por entre os pingos d’água, bom mesmo é lavar a alma numa chuva inesperada. A gente esquece o relógio e, sai a pé e vai lá fora viver sem hora pra voltar.
Com o tempo a gente esquece como é que se faz as malas, porque tudo que se pretende é ficar. A gente se esquece de que tudo tem um preço, e quer mais é pagar pra ver. A gente, com o tempo, até esquece que o filme é dublado, e entra no clima da interpretação canastrona da versão aportuguesada porque o filme é o mesmo, e a gente já viu, e vale a pena ver de novo de qualquer jeito porque o John Malkovich está matando a pau ou a Bette Davis nunca esteve tão malvada. Com o tempo a gente se esquece do bicho-papão, do boi da cara preta, da vaca que foi pro brejo e entende que o que era doce está muito longe de acabar. Com o tempo a gente esquece que cresceu e vê que o tempo que passou não faz tanta diferença assim, e que sempre é hora de esquecer muita coisa para lembrar-se do que realmente importa. É que, com o tempo, a gente se lembra da gente. E disso, quando a gente lembra, a gente nunca mais se esquece."