28 de abril de 2009

Goddamn son of a bitch! x)

19 de abril de 2009

"Talvez não fizesse mesmo idéia de como é se sentir completamente desvirada. Como se alguém tivesse enfiado as mãos dentro de sua alma, só para arrancar um pedaço grande daquilo que ela sempre guardou secretamente. Mas talvez ele não soubesse disso.
E o que vale a pena, se não o amor, é a dor desenfreada que ela atira contra o próprio corpo na esperança de ficar imune à palavras pela metade. E acredite, tudo o que ela tentou por horas foi encontrar uma maneira simples de dizer como esse pedaço grande que lhe arrancaram, tem lhe feito falta. Ela sabe disso, pois acorda de madrugada com todas as coisas que queria dizer na ponta da língua. E mal consegue pegar no sono com tantas idéias gritando em sua cabeça, tentando a convencer de que dizer tudo isso para ele seria como enfiar não só uma mão no fogo, mas as duas de uma vez. E assim, mesmo que chorasse um oceano, não poderia apagar o fogo que tomaria conta de seu corpo inteiro.
De que adianta o dizer como se sente com tanto sentimento implodindo dentro dela? Aliás, do que adianta falar mais uma vez sobre a chuva que não caiu, sobre o mar que não secou e sobre o verde da grama? E eu sei que pode parecer estranho, mas é isso o que ela quer. Quer ficar de pé na frente dele, o olhar com toda a profundidade que tem e depois tocá-lo. E quando eu digo 'tocar' quero dizer apenas ' tocar' mesmo. Definitivamente sentir.E quanto à ele, as incertezas continuam fazendo do amanhã obra do acaso. Mas afinal, será que ele não sabe que o amanhã não chega sem o hoje? E o que ele vai dizer depois querendo compensar o tempo perdido?
Porque de qualquer forma, os dias continuam passando, os aviões continuam decolando, e os sonhos continuam nascendo."
Para quando tu for embora de mim eu guardei um tom lilás de mudança - qualquer coisa entre o azul e o vermelho, nem feliz nem triste, calmo. Tranquilo. Eu guardei uma paz sutil como a lucidez que se insinua cuidadosa entre as pulsações de um coração agressivamente cego, coração ferrão de vespa que investe, fere, se deixa ficar e nem sabe que é ela a causa e o efeito da própria dor. Eu não tenho mais sonhos de vidro, os deixei por aí - para que, quando tu for embora de mim, eu não mais fira os meu dedos com tantos cacos. Eu guardei, para quando tu for embora, um sorriso intacto, de mim para mim, desmemoriado, de existência presente e egoisticamente apenas minha - que o que passou não existe mais; eu guardei, em algum lugar entre o azul e o vermelho da mudança lilás derramada sobre o dia, um instante que me revelaria ao pé do ouvido quando tu já não estivesse aqui, e hoje eu ouço esse sussurro suave e lento feito canção.
Para quando tu for embora de mim eu me guardei, inteira.

17 de abril de 2009

...And in this perfect weather
We'll find a place together
Fly on my wing...

16 de abril de 2009

Segue em linha reta até onde a rua acaba
Segue em linha reta até quando a linha é curva
Não dorme ainda, espera pra chegar até o final
Que é pra não se perder, porque eu já me perdi

Segue em linha reta para onde a luz aponta
Segue em linha reta e esquece essa distância
Amanhã quero acordar e me perder um pouco mais
Porque eu já esqueci como é

Já não esperava mais nada depois da quarta feira
Já contava os dias pra chegar o fim da semana
E assim, de tanto não esperar, apareceu
Ah... Você até merece um poema

Quinta-feira é dia de nada
Não tem futebol na TV, não tem festa,
Não é início de semana, nem final
Era pra ser só o dia que antecede a sexta

Já não esperava mais nada depois de ontem
Já contava os dias pra chegar o fim do mês
E assim, de tanto não esperar, tu apareceu
Ah... Você vai virar poema.
Eu não me espanto com quase nada nessa vida. Mas ainda me espanto com essas novidades que não respeitam geografia e ultrapassam os circuitos eletrônicos e cerebrais para se estatelarem nos sentimentos, mesmo sabendo que sentimento é naturalmente wireless - vai e vem num fluxo desordenado que desafia a gente e faz inusitados pontos de acesso sintonizarem na mesma frequencia, isso eu sei. Porém, pense comigo: nessa faixa estreita que afina a frequencia entre transmissor e receptor, quando devidamente sincronizados, o resultado é a manutenção de um unico canal lógico, certo? Um unico canal lógico. Lógico?
Olhe bem aí para o seu monitor. O que voce vê? Eu vejo o seu rosto colorido, pontilhado de infinitos pixels e me custa crer, me custa crer que é tamanha a distância, é um espanto. É dificil ser blasé quando o mundo fica pequeno até caber num www para se espalhar nessa tal de banda larga e, mesmo assim, ainda continuar a ser esse mundão grande de Deoz. Antes, digital tinha o tamanho das pontas dos dedos; hoje, os dedos não cabem mais nas nossas mãos, os dedos criaram olhos e pés que se emaranham alucucinados por entre os zeros e uns dessa selva binária. Agora me diga, o mundo ficou maior ou menor?
Olhe bem aí para o seu monitor. Você me vê? A resposta é: não. O que você vê é uma projeção espectral que alguem inventou para a gente acreditar que não está tão só. O que você vê não respira e não tem cheiro, não sonha e não dá risada. O que você vê, o que você lê, são os pensamentos convertidos na estética frieza desses signos gráficos, um pobre esboço de mim aí nesse quadradinho no canto da sua tela - por maior e melhor que seja a sua resolução. Os meus olhos são cristal líquido distinto do LCD. Portanto, me dê licença de fechar essa janelinha em plano americano e de desconectar essa falta que nos faz um pouco menos de tecnologia, e vem cá me ver - em carne, osso e algo mais. Porque eu não consigo raciocinar em bits e bytes, e o meu coração ainda faz tumtum.

9 de abril de 2009

A fila anda, mas não empurra que é pior.

6 de abril de 2009

"Passou horas escrevendo uma carta de amor que seria sua obra-prima. Rasgou-a depois de pronta. Nunca seria boa o bastante tendo demorado tanto para ficar pronta."