6 de junho de 2009

"Hoje eu não sei o que quero. Se quero um "pouquinho disso", ou um "tantinho temporário daquilo."
Meus dedos tremem, meu pescoço ainda dói e a noite vai se deitando sobre meu corpo. Mas eu não estou batendo em sua porta agora. Ok. Olhei pela fechadura para se ver se estava aí, talvez esperando por mais algum gesto surpeendente meu. Mas tudo o que vi há poucas horas, foi seu corpo imóvel.
Dessa vez você não disse nada. Eu não disse nada. Apenas peguei meu coração e vim embora.
No caminho abri os braços para ver se o vento poderia me abraçar. Desejei que me abraçasse como se eu fosse uma estrela caindo do céu. Questionei se conseguia ver meu corpo querendo se dissolver na chuva. Choveu, trovejou, e eu não me dissolvi feito grão de açúcar em copo d'água.
O tempo passou, e encontrei novos sorrisos, novos olhares e novas palavras. E sabe aquele sorriso que eu lhe entregava no rosto? Ele não se desfez. Muito pelo contrário, está brilhando aqui comigo.
Seus dedos longos do outro lado da janela me fizeram falta esses dias. Senti saudade de coisas habituais, e de toda aquela nossa sinceridade gritante. Mas enfim, o tempo passou e eu não me dissolvi. Virei outra coisa. Um lado meu que renasceu, ou uma parte melhor minha que não conhecia. Mais forte, mais "clara", mais cabível em cada detalhe.
O estranho é pensar que o meu coração desacelerou e você nem percebeu. Mas não é isso que que dói. O que doeu hoje foi poder te dizer tudo isso, e não ter dito por achar que não vale mais a pena.
-É que aquelas palavrinhas me vieram à cabeça hoje:
"Não o suficiente para..." [suficiente????]
[Mas eu continuo com aquele pensamento: O tempo passa, e as coisas mudam.]"