26 de março de 2009

"Ele surgiu na minha vida como um furacão, invadiu meu quarto roxo, jogou meus ursos de pelúcia no chão e colocou em minhas prateleiras seus discos e livros. Apoderou-se da minha cama, dos meus lábios e do meu corpo...Tirava-me o fôlego ao beijar minha nuca, ouvia suas palavras como trovão ecoando em meu peito, tratava-me como sua menina, sua amante, sua mulher...Decifrava meus meandros e meus desejos como nem eu o faria. E eu, entregue, dava-lhe minha mão e permitia que ele me conduzisse pelos seus caminhos ensolarados.
Talvez ele tenha me encontrado mais frágil do que nunca, talvez eu não tivesse o discernimento dos sábios ou nunca antes tivesse sofrido por amor. O fato é que entreguei-me, e o fiz como nunca antes para homem nenhum. Ele chegou sem pedir licença e roubou meu coração, o guardou em seu bolso e, um dia, saiu pela porta da mesma forma que entrou. Sem avisos, sem prelúdios, sem explicações..."