22 de dezembro de 2011

Minhas asas já estão grandes.
Mas me dói tê-las em um espaço tão pequeno e desconfortável.
Me dói não conseguir mexê-las.
Me dói não conseguir voar.
Me dói.
Muito.

27 de outubro de 2011

Você nem ao menos sabe diferenciar o céu do inferno, pois nunca soube o que é sofrer realmente. E preferiu acreditar em sombras a ir até lá fora e ver quem são os verdadeiros heróis. Não sabe a sensação de um banho quente após um longo dia de inverno congelante, por ter medo de que não possa suportar o vento frio. Deixou quem mais amava partir, por não conseguir engolir todo esse orgulho besta e desnecessário. Achou mais confortável acreditar em vozes de pessoas que nem ao menos querem o seu bem, a criar seu próprio destino, sua própria historia. Mas será que você saberia distinguir o conforto da angustia e do medo?

7 de outubro de 2011

Não, você não era apenas um cara comum.
Tá vendo só, foi minha culpa, te descobri por trás desses olhos desejáveis e instáveis.
Já te olhei por todos os ângulos e confesso que não canso de notar que há algo em você, tão forte que me aprisiona de um jeito estúpido.
Me encara com seu jogo de palavras e me deixa sem saber o que dizer, escrever, pensar ou agir.
Seu verbo viver me faz ter certeza que o mundo pode ser algo mais instintivo.
Moro longe demais das suas estratégias e não me acostumo com suas possíveis inquietações.
Deixa eu sentir que o mesmo ar que respiro também entra pelos seus pulmões, me coloca nesse seu mundo incrédulo e me deixa viver de cabeça para baixo.
Talvez eu possa ser leve como você.
Ou eu nem chegue perto de ser.
Não emudeci durante tanto tempo, apenas me isolei para tentar entender que você talvez fosse tão normal quanto os outros.
Mas não, sua existência me atrai com tanta intensidade que chego a pensar que você não vive nesse mundo.
Mas eu só posso ver aquilo que quero e te vejo apenas perfeito, ah bonito...
Perdoe tamanha estupidez, vasculhei todos os trilhos e hoje me encontro sentada, em frente ao irreal criando bolinhas de sabão que se dissolvem pelo ar.
Você pode até me envolver com palavras, com a sua vontade de sentir tudo ao mesmo tempo.
E eu sinto tanto, tanto, quando escrevo pra você.
Eu só queria ser de verdade o tempo todo, sem precisar ser perfeita, pois se você fizesse parte de alguma história, teria que ser da minha.
Porque talvez a minha história fizesse par perfeito com a sua e nessa junção, eu pudesse entender porque você trancou meu peito com chave de ouro e fez brilhar sentimentos que não poderia cuidar.

30 de setembro de 2011

Trago-te comigo na emenda dos dias
construo
mapas de momentos felizes
na imagem do teu corpo
sobre a minha pele
...
numa viagem de ilusões

10 de agosto de 2011

“Levanta dessa cama garota. Anda! Sei que tá doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro Sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Fingi de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Tá pensando que é só você que sofre? Tá enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém….Se apaixonou agora segura. Anda. Seja forte. Seja feliz. Seja uma mulher.”


- Caio Fernando Abreu.

9 de maio de 2011

“Confesso que ando muito cansado, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem. Confesso que às vezes me dão umas crises de choro que parecem não parar, um medo e ao mesmo tempo uma certeza de tudo que quero ser, que quero fazer. Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos, se derramando, não me pertecendo.Estou realmente cansado.Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você.”

“Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega.”


Caio, sempre falando por mim.

2 de maio de 2011

- Mas, tu quer se casar?
- Um dia...Eu nunca tive uma vida normal. E eu nunca achei que estava perdendo algo, mas agora é minha vez de ter um pouco de normalidade.
- Você pode mudar de ideia.
- Você pode mudar a sua?
- Não
- Nem eu. Eu preciso estar com alguém que queira o mesmo que eu.
- Mas eu não quero que acabe.
- Nem eu.
Depois de tantas pessoas certas que apareceram na hora errada veio ele, a pessoa errada na hora certa.

26 de abril de 2011

Então eu me dei conta da minha fragilidade idiota, que acompanhava a minha teimosia sem igual e que sempre me deixava arrasada depois de descobrir - como sempre - que de nada adiantava o meu esforço. Mas é claro, eu devia saber que era perigoso me aproximar, que correria o risco de cair e me quebrar inteira, porque eu me entregaria e me perderia no escuro, aos passos largos e sozinha, e depois não acharia o caminho de volta, ou quem sabe, não quisesse achá-lo. Eu sabia que usaria todos os meus recursos e daria até a ultima gota do meu sangue para saciar a tua sede infinita, e que mesmo assim, não te bastaria.
E eu não te basto, moço, porque nem ao menos você se basta inteiro, porque vive a procura de algo perfeito que não existe, se esquece das coisas pequeninas e simples que a vida tem mostrado e afasta - sem perceber - todas as possibilidades de paz que te cabem. Eu não te julgo, afinal eu também já estive com os olhos vendados e o coração endurecido. Me escondia atrás de sorrisos fingidos e pessoas vazias. Ninguém percebia que era uma mascara colorida que usava e que no final da noite eu me restava ferida, esmagada pela minha solidão, e abraçava o travesseiro abafando o choro contido na garganta e dormia, para na manhã seguinte me revestir de todo a armadura outra vez. Te imagino assim, com um pouco menos de drama e um pouco mais de raiva. Raiva de si mesmo por não conseguir ser o que sempre quis. Te conto em segredo moço, que assim nada vai alcançar de muito grande. Ao não ser afastar as pessoas que te gostam de verdade, por acharem que você não as quer mais, enquanto é totalmente o contrário. Eu sei, te machuca o fardo que carrega, mas também me machuca a sua inconstância constante, porque eu também luto contra esse sentimento de inferioridade que não me deixa nunca acreditar que sou o suficiente. Eu tento, e tentaria sempre me mostrar mais forte, somente para proteger aquela coisa boa que eu sei que tem por dentro, mas que o mundo mau e as injustiças da vida tentam arrancar á força, mas eu me recuso a viver na ponta do elástico. Ora me aproxima pra aconchegar o desaconchego, ora me arremessa como quem já não quer o que antes quis. Eu, que quis tanto cuidar de você, poder te acalmar quando se agitar e te mostrar o pouquinho de paz que eu aprendi a ter. Você que me abraça forte quando quer ,mas nunca sabe quando eu quero. Você que vira as costas e depois pega a minha mão. Tudo bem, eu entendo a sua necessidade de estar só e se reencontrar. Eu só peço que cuide para não deixar que entrem dentro de você e roubem o que há de mais precioso. E que fique claro que não é por estar dessa forma, tão esquivo, que o desejo tanto. Desejo-o porque me faz brilhar os olhos. Moço, tomara que não demore muito a perceber isso. Antes que seja tarde - e sempre é -.

1 de abril de 2011

“Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se. Não que pare de doer [porque não pára], mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.”

30 de março de 2011

“E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado.”


Caio Fernando Abreu.

27 de março de 2011

"É esse gelo por dentro que eu não consigo entender. Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço encouraçando o silêncio, eu não consigo entender..."

14 de março de 2011

Teus sonhos são tão simples de realizar que algum dinheiro já capaz disso. Mas e os meus que dependem da vontade e madurecimento alheio?!

8 de fevereiro de 2011

Coloquei fogo no que eu disse que iria fazer hoje.

19 de janeiro de 2011

-Sabe o que queria?
-Diz.
-Queria entrar em casa um dia e encontrar você ali.
-Como assim?
-Isso mesmo que você ouvir. Voltar pra casa, um dia, depois do trabalho e encontrar você ali.
-Supreendendo você?
-Não, eu não queria que fosse uma surpresa.
-Você iria querer que eu avisasse antes?
-Não, não. Eu quero você em casa sem precisar de aviso. Eu apenas quero você ali.
-Não entendi.
-Eu não quero entrar em casa e encontrar você vestindo apenas uma camisa minha, com uma garrafa de vinho aberta na mesa, junto com duas taças. Eu não quero ser surpreendido por você e fazer amor desesperadamente no chão da sala. Eu quero entrar em casa e encontrar você, como se eu encontrasse você todos os dias ali.
-Mas todos os dias...Não teria graça.
-Teria. Teria sim. Eu quero entrar em casa, cansado, e encontrar você vendo televisão, lendo um livro. Quero apenas dar oi, normalmente, porque eu daria oi para você todos os dias, na mesma situação. Quero decidir com você se vamos comer ali, ou se vamos jantar fora. E jantar conversando amenidades...Não quero seduzir você, não quero conversas excitantes...Quero apenas jantar conversando, me sentindo confortavel. Quero ir para casa, ver um filme com você, ir para cama e dormir até o dia seguinte. Mais nada. Minto, mais nada não. No dia seguinte, eu não precisaria ficar ansioso para saber se você estaria na minha casa seminua. Você estaria. Não seminua, mas estaria. E eu teria a certeza disso em casa minuto do meu dia.
-Mas isso é comum demais.
-Talvez. Talvez encontrar você seminua em casa, um dia, se surpresa, seria delicioso. Seria uma noite inesquecivel. As lembranças desta noite continuariam comigo pela vida inteira, mas ela seria somente isso: uma noite. Eu não quero uma noite. Eu já cansei de noites, sejam elas inesqueciveis ou não. Eu não quero uma fantasia. eu quero uma vida. Aliás...
-Diga.
-Talvez você discorde de mim. Provavelmente irá discordar. E eu vou entender. Mas tenho certeza de que sair pra jantar com você, casando de tanto trabalhar...Bem, eu não precisaria ficar jogando com você, prestando atenção as suas reações, me esforçando para parecer inteligente, invencivel, sedutor. Não teria que me preocupar com meus gestos e minhas palavras. Apenas conversariamos. E eu perguntaria sobre seu dia, e não precisaria fingir interesse na sua resposta. Você perguntaria sobre o meu, e eu não precisaria me esforçar para dar a impressão de que meu dia foi emocionante, porque ele não foi. Conversariamos, eu e você. Isso não precisa ser num restaurante, pode ser ali, na mesa da cozinha. E tenho certeza de que isso seria um dos momentos mais sedutores da minha vida.
-Sedutor?
-Sim. O sexo depois disso não seria inesquecivel. Mas seria nosso. E é por isso que eu quero isso todos os dias. E é por isso que eu quero isso com você.
-Comigo?
-Sim. Com você. Eu não quero uma trepada de sonhos. Aliás, eu não quero sonhar com mais nada. E não quero mais dormir e sonhar com essas coisas. Eu quero ficar acordado. Eu quero uma vida totalmente acordado. E eu quero isso com você.

18 de janeiro de 2011

Ainda bem que existe a tecla backspace.

10 de janeiro de 2011

"Um amor como o nosso está fadado a acabar. E eu já não tenho mais fôlego pra soprar a fogueira."

7 de janeiro de 2011

"Eu quero parar o tempo, você procura seu relógio embaixo da cama. Se apresso meu passo na sua direção, você engata a marcha ré. Quando reuno meus pedaços, você dá o coração para bater."

3 de janeiro de 2011

"É muito perigoso viver com problemas por muito tempo - eles se tornam o seu sentido."