"O que obviamente não presta sempre me interessou muito. Gosto de  um modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."

"E no fundo eu sempre quis ter aquelas vidinhas bem clichês sabe? Queria viver em um “felizes para sempre” contigo. Sonhei muito com a ideia de casar na igreja, comprar um apartamento pequeno, mas aconchegante. Queria fazer planos para o futuro. Acordar todos os dias ao teu lado e te dizer aquelas frases bem românticas que todo mundo está farto de ouvir por aí. Queria fazer aquele melodrama nas sextas feiras te chamando pra sair depois de voltarmos exaustos do trabalho. Queria aproveitar aqueles domingos tediosos assistindo aquele filme pela milésima vez. Talvez, tivéssemos um casal de filhos, pois como ouvia sempre minha mãe dizer “dois” era o número perfeito, e sinceramente eu concordava com ela. Pode parecer louco, mas até brigar com você eu queria, claro, apenas esperando a hora que nós dois encontrássemos o olhar um do outro e surgisse aquela voz em uníssono dizendo: - Amor, eu não sei ficar com raiva de ti. Queria ver o tempo passar ao seu lado e também queria que ele fosse a prova de que essa tal de “vida clichê” que alguns diziam ser chata, valia muito a pena, e sim, era a melhor coisa que poderia acontecer para mim."

Espero que curta a friendzone, miguxo.

Acho que a maior dor que você pode sentir é quando cai a ficha de que perdeu seu tempo tentando, perdoando, se machucando, ralando o joelho, rachando o coração, chorando e querendo que pelo menos um pedacinho dessa embolação toda tenha valido a pena...

“Quase não dá pra suportar, mas dá. Eu nem choro porque é daquelas tristezas que o choro sai em berros e eu ainda estou na casa da minha mãe, não posso berrar assim, do nada. E nem resolveria. Nada resolve. Triste. Só isso.”