29 de novembro de 2009

"Aperte os punhos, meu bem.
Aposto que irá se zangar ao perceber que não me fez bem.
Mas agora chore. Primeiro eu quero que você se estoure!
Sinta-se perdido em suas idéias fracas. Argumentos banais para um homem passivo demais. Porque a verdade é que eu odeio isso em você. É, eu odeio essa sua cara de assustado quando eu digo algo sobre a mim. Sabe aquela expressão intensa que escancaro em meus lábios ao sentir-me contente demais? Mas não por você. Nunca é por você. E sabe aquele dia em que eu disse que iria morrer de saudade se você não batesse em minha porta? Pois é, eu estava mentindo. Sabia desde o começo como seria a nossa despedida. Você aí parado cavando um buraco em seu peito e eu vestida de preto. Sim, de luto. Mas não por você, é claro. Eu é que morri. Aquela menina que você abraçava só com os dedos do pé enterrou-se no quintal, afogou-se na piscina, atirou-se da janela e voou. Porque meu bem, renascer é como aprender a voar. E você não sabe, mas eu sei a leveza que isso dá.
Mas agora que já arranquei de mim o vestido preto e deixei-me nua em frente ao teu desespero, peço que feche a porta e leve consigo apenas o meu silêncio."

27 de novembro de 2009

Tenho rasgado, picotado, feito em pedaços todo amor amargo que ja tive entre meus braços e principalmente entre as pernas, não quero saber de dor, passado e escolhas tortas, cansei de cuspir pro vento todos os gritos que explodiam e ecoavam na minha cabeça, eu so cansei, é isso.
A fogueira esta no seu pico laranja, arde, queima e sente fome, então eu me jogo sem olhar para trás, muito de mim queima e morre, vira cinza, puro pó, o que resta revive, nasce e fica tudo novo, sou assim, tenho uma facilidade gigantesca de renascer, as vezes custo a acreditar e a sentir a morte das situações, dos relacionamentos e das pessoas, mas quando acontece é de verdade e é sem volta.



Amém

21 de novembro de 2009

Me tire desse mundo, por favor!
Quero viver meus sonhos, eu quero acreditar nas pessoas, quero acordar com animo, e ser amiga do tempo, esse até então meu pior inimigo.
Me deixe viver, realmente viver!
Eu te imploro, porque pedir talvez não adiante.
Me deixe se orgulhar de algo que proporcionei a mim mesma, tenho certeza que não será um ato de egoísmo, e sim um tum no coração de alegria, e não um batimento forte de alguém que
está quase tendo um enfarto.

14 de novembro de 2009

Planos para o futuro,
Conversas cabalísticas,
Copos quebrados,
E o eterno medo de saber quem eu sou...

13 de novembro de 2009

"Desejo que com ímpeto você me tome e, sem pedir, embebede minha alma. Que me ligue lá pelas tantas sem motivo só para me soprar qualquer segredo seu. Desejo que você liquefaça os meus sonhos dentro de ti e os misture aos seus, e, que juntos eles possam coexistir. Desejo que você invada meu espaço, assim, sempre que der na telha e que seu telhado seja todo feito de telhas minhas. Desejo brigar muitas vezes com você seja lá por quais motivos só pra ter certeza que a gente ainda é um do outro e se gosta muito. Desejo que nas desculpas sejamos sinceros um com o outro como penso que seremos. Que o ciúme bobo, a data esquecida e os atrasos sejam aperitivos para nossa paixão. Desejo que você me acorde muitas vezes com uns beijos no pescoço. Que eu possa preparar vários cafés para nós. Desejo te fazer dormir numa manhã de domingo deitado ao som da chuva, passando a mão pelo seu rosto e dizendo qualquer coisa aleatória bem baixinho pra chamar o sono. Que ao acordar você me olhe dormir e não levante pra não me assustar. Ou então, que você me acorde pulando e nos derrube da cama. Desejo que você fique bravo, furioso e me arremesse coisas, eu vou sorrir dizendo que te gosto e que você fica cute com essa cara de maluco. Que nossa vida seja repleta de aventuras e dificuldades. Desejo não ter paz ao seu lado. Que seja sempre uma coisa nova e inusitada essa nossa relação. Desejo que você não seja tudo aquilo que sonhei pra mim um dia, mas que mesmo assim você me faça feliz como nunca pensei poder e que eu possa fazer o mesmo. Desejo sentir o seu cheiro nas minhas roupas, em todas elas. Desejo que você me cante Kiss só porque eu não gosto e que eu possa correr atrás de você te pedindo pra parar. Desejo ouvir de você uma besteira bem grande pra eu te mandar ir dormir e você apelar dizendo que vai. Desejo te ver dar chilique por causa do futebol, pagando apostas quando seu time perder para o meu e nós sabemos que ele vai. Desejo muita coisa nossa. Desejo eu todinha pra você. Desejo que nossa vida seja plena enquanto for, e que sejamos um do outro o tempo que tivermos que ser.
Desejo antes de tudo que você exista. Logo depois, desejo que você me deseje. E aí não terei mais nada o que desejar."

10 de novembro de 2009

"Eu tenho medo de ouvir qualquer som; é como se a vida falasse pela tua boca e não se engane, não é de ti que tenho medo e sim da angústia que me fala aos ouvidos quando o mundo vibra dentro da minha cabeça, é quase uma afronta essa continuação indiferente das coisas. Sempre ouvi dizer que paz fosse uma coisa escassa. A paz, talvez, esteja justamente na ausência, nesse não-estar tão premente e solícito, avesso à insistência de toda presença que não seja a sua própria. Mas sim, eu falava dos sons e igualmente não falava, falava de coisa diversa, provavelmente da eternidade em que se transformou cada minuto, anoitece e amanhece e anoitece e amanhece e a história parece se esparramar inteira no assoalho gelado de um tempo que anda em círculos e eu ando, vê bem, eu ando tentando encontrar uma rota de fuga mas é tudo tão hermético, tão hermético, tudo, tu, eu, não escapo de mim, eu quero, eu avanço e retrocedo e colho razões ácidas e as quero doces na minha boca, como pode. É o som do tempo que não passa o que definitivamente me assusta. Hoje alguém telefonou e perguntou por ti; o que eu diria? Acabei não dizendo muita coisa, apenas um 'está bem' que poderia ser 'não sei', ou 'queira saber de mim que sou quem está aqui do outro lado da linha, mas queira saber apenas do que me fere e que não consigo dizer porque me espeta a garganta e não sai, e me afoga e me faz morrer de várias formas menos daquela que realmente me aliviaria, portanto tire isso de mim'. Já tentei todo tipo de promessa. E pare de dizer que eu faço drama, que eu sou egoista: isso é o teu orgulho te consumindo como a lança que transpassa o lado são de uma vaidade adoecida, não existo para ser teu oponente. Mas ando evitando ter juízo, é verdade."