6 de julho de 2008

Decepção. Não consigo sair da mesma palavra. Olho no dicionário. Está lá. [Do latim deceptione]. Desilusão, desengano, desapontamento. O Aurélio não mente. Definições não têm fim. Olho o verbo. Me conjugo. Quero dizer verdades que não me saem da garganta. Engasgo. Assino a sentença: confiar pode machucar e acabar com sonhos bonitos. Porque agora eu sei: quando se trata de confiança, o que confia é sempre o culpado. Esse é meu crime: eu confiei. Recebo, com merecimento, o castigo prometido: uma caixa bonita com uma grande decepção dentro. Me rendo. Me agarro ao último traço de delicadeza que tenho. Me condeno. Sentir é minha prisão. (Será também minha salvação?). Penso: seria eu uma pessoa melhor se não sentisse tanto, se não importasse tanto, se não acreditasse? Não sei. Mas te peço: não sinta pena de mim. Sei ser dramática quando me sinto traída. Ainda mais quando me lembro do óbvio: fui eu quem me traí. Por confiar em você. Não é esta a verdade? Minhas escolhas me fazem. Assim como nossos erros nos tornam quem somos. Vamos pensar positivo: por trás de grandes mulheres, existem sempre grandes erros. E você foi um grande erro. MY BIG MYSTAKE. Confiar em você foi minha escolha, não foi? Assumo a culpa. Engulo minha decepção. Revejo minha percepção. Mas é chegada a hora de pagar a fiança. Peço a você - com todo respeito - que cale sua boca. Não preciso me lembrar a todo instante o quanto sou ótima em fazer escolhas ruins.