Ela não entendia as teorias sobre jardins e borboletas. Achava aquilo uma baboseira na verdade. Talvez nunca conseguisse compreender o que aquilo queria dizer, se dissesse alguma coisa. Da mesma maneira que não compreendia, talvez nunca amasse. Sim, gostava dos beijos, das noites, da maneira como a lua sempre aparecia nos momentos de silêncio, mas não conseguia amar quase nada. Amava falar com casos antigos que já estavam rumo à Viena, amava seus tédios nos quartos. Amava as músicas que faziam sofrer os ouvidos. Amava seus sonhos. Ah, isso ela amava, de maneira egoísta até. Mas amava, verdadeiramente. Talvez essa fosse sua sina. Amar sonhos, e mais nada.