"Tu, tão longe, tão longe. E há um violão desafinado, aqui.
Arrisco um acorde, ouço meu coração que bate meio rock, meio bossa, meio qualquer coisa assim sem jeito, meio sem saber o que fazer com as mãos - e minhas mãos tanspiram, suam frias, escorregam macias e sem pressa entre tantos tuns e tás e blens e blins, quase toco teu rosto com esses meus dedos úmidos desajeitados. Há um beijo tímido na ponta do meu indicador, leva contigo; é teu, e todos os outos que por descuido ficaram por aqui, nos dedos, nos lábios ou na intenção. Arrisco um acorde, blins e blens, as cordas riscam na minha pele as notas do teu nome; eu me deito sobre esse leito de sons, acorde-me para os teus sonhos. As notas que vibram nesse espaço vêm do meu desejo pelo teu ritmo, abre os braços, sentes? É a minha respiração repousada na tua, suave, feito canção que espera para nascer. Dedos úmidos desajeitados, meus, escorrego macia entre os teus tantos; vem. Tuns e tás, blens e blins, meio-rock-meio-bossa, coração, eu assim meio sem jeito - descompassada, ora aguda ora grave, ora certa ora inversa, blins e blens, ouves? "